Revista The Economist afirma que ex-presidente exercerá forte influência na eleição de 2026; apoio dele seria crucial para levar qualquer candidato ao segundo turno contra o candidato do atual governo
A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não é o epílogo de sua trajetória política, mas um novo capítulo no qual ele continuará a exercer influência decisiva, mesmo enelegível e condenado.
Segundo analistas da revista liberal britânica “The Economist” , aqueles que esperavam que a sentença judicial permitisse ao país superar a polarização estão enganados. O ex-presidente Jair Bolsonaro continuará sendo uma das maiores lideranças políticas do Brasil na atualidade, condenado ou anistiado. As eleições de 2026 passam pela decisão de Bolsonaro e em quem ele irá apoiar.
A The Economist salienta que, embora Bolsonaro esteja inelegível até 2060, seu endosso a um candidato nas próximas eleições presidenciais teria peso suficiente para garantir a presença do escolhido no segundo turno contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Existe a possibilidade de um membro da família Bolsonaro herdar o comando do eleitorado do ex-presidente. No entanto, hálimitações de cada um:
- Eduardo Bolsonaro, deputado federal, seria a “escolha óbvia”, mas seu papel na defesa de políticas que resultaram em tarifas e sanções americanas contra o Brasil durante o governo de seu pai “pode trabalhar contra” sua candidatura.
- Flávio Bolsonaro, senador, é “querido pelos aliados de seu pai, mas carece de influência política” mais ampla.
- Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, é considerado uma figura de menor expressão (“mero vereador”).
- Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, é apontada como a mais querida pela base evangélica e teria potencial para conquistar eleitoras indecisas, mas ela “nunca ocupou um cargo eletivo”, o que seria um ponto fraco.
Por fim, a The Economist considera pouco provável que uma anistia ampla e irrestrita, que tornasse Jair Bolsonaro elegível novamente, venha a ser concedida, indicando que o caminho do ex-presidente nos próximos anos será o de um kingmaker, um articulador nos bastidores cujo aval será cobiçado e decisivo para o futuro da direita brasileira.
Fonte: Valor Econômico