Testemunho de ex-funcionário da Táxi Aéreo Piracicaba aponta o presidente do União Brasil como financiador da compra de jatos
Um piloto que trabalhou para empresários com laços suspeitos com o PCC (Primeiro Comando da Capital) afirmou à Polícia Federal que o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, é o verdadeiro proprietário de pelo menos quatro das aeronaves operadas pela empresa. O testemunho foi obtido pela reportagem do portal UOL.
Segundo o relato do piloto, que trabalhou na Táxi Aéreo Piracicaba (TAP), o nome de Rueda circulava nos corredores da empresa como o “cabeça” de um grupo forte e com muito dinheiro, que estava por trás da compra de vários jatos executivos. O piloto alega que nos últimos seis meses a TAP, que operava com cinco aeronaves em 2023, dobrou a frota para dez. A compra, segundo a chefia da empresa, foi financiada por esse grupo liderado por Rueda, a quem se referiam pelo apelido “Ruedinha”.
A TAP afirma que “não tinha conhecimento do envolvimento de investigados na Operação Carbono Oculto até sua deflagração” e que não pode fornecer informações sobre clientes ou passageiros. Por sua vez, a Polícia Federal investiga se Rueda é o proprietário das aeronaves em nome de fundos de investimento.
A reportagem do UOL tentou contato com a defesa de Antonio Rueda, que negou ter adquirido qualquer aeronave citada pelo piloto e afirmou ter viajado em voo comercial para a Grécia, ao invés de usar um jato da empresa, como o piloto sugeriu.
O depoimento do piloto levanta questionamentos sobre a relação do político com a empresa investigada, em um momento de intensa apuração sobre a infiltração do PCC em setores financeiros e de transporte aéreo.
Fonte: tab.uol