Após usar bolsonaristas para aprovar a PEC da Blindagem, líderes do PP, União Brasil, MDB, Republicanos e PSD recuam e descartam anistia ampla. Plano prevê apenas redução de penas, mantendo Jair Bolsonaro inelegível em 2026.
Mais uma semana de articulações políticas no Congresso expôs o que já é visto entre aliados de Jair Bolsonaro como uma verdadeira traição. Presidentes dos partidos do Centrão: PP, União Brasil, MDB, Republicanos e PSD, com o aval do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, costuraram a aprovação da chamada PEC da Blindagem com apoio da base bolsonarista. A promessa era clara: em contrapartida, seria votada também a PEC da Anistia, que devolveria ao ex-presidente e a seu filho Eduardo Bolsonaro a elegibilidade para 2026.
Mas, com a vitória garantida na Blindagem, o discurso mudou. Agora, líderes do Centrão afirmam que não haverá anistia ampla, geral e irrestrita. No máximo, uma “revisão de penas” ou até prisão domiciliar para Bolsonaro. O Centrão quer manter o ex-presidente inelegível, afastando-o das urnas em 2026 e empurrar sua liberdade para um arranjo judicial em 2027.
Nos bastidores, a avaliação dos líderes do Centrão é que Bolsonaro virou um peso. O Centrão aposta em um cenário pós-bolsonarista, confiando que pode manter influência e vitórias eleitorais sem precisar carregar o ex-presidente.
Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro e setores mais leais ao ex-presidente Jair Bolsonaro articulam resistências internas, denunciando a traição e alertando que o “acordão do Centrão, Michel Temer e STF” não ficará impune.
Mas, por ora, a mensagem do Centrão e companhia é clara: usaram Bolsonaro como trampolim, agora querem descartá-lo para 2026.

Fonte: Metrópoles e Poder 360