Decisão anunciada por Keir Starmer se soma a Canadá e Austrália e reforça esforço internacional por solução de dois Estados
Pouco depois de Canadá e Austrália, o Reino Unido anunciou neste domingo (21) o reconhecimento oficial do Estado da Palestina, na véspera da Assembleia Geral da ONU em Nova York, onde outros países devem seguir o mesmo caminho. O gesto britânico tem peso simbólico: Londres teve papel decisivo na criação de Israel após a Segunda Guerra e sempre foi um de seus principais aliados. Portugal também deve formalizar o reconhecimento ainda neste domingo.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, declarou que a medida busca “reavivar a esperança de paz” no conflito entre Israel e Hamas. Segundo ele, a decisão não representa concessão ao grupo armado, mas sim um esforço para garantir a viabilidade de uma solução de dois Estados.
O anúncio ocorreu em sintonia com os governos de Austrália e Canadá. O premiê australiano, Anthony Albanese, afirmou que o reconhecimento faz parte de um movimento coordenado e ressaltou que a Autoridade Palestina se comprometeu com eleições e reformas internas. Já o canadense Mark Carney destacou que seu país se tornou o primeiro membro do G7 a reconhecer formalmente a Palestina como Estado soberano.
A Autoridade Palestina celebrou a decisão. Mahmoud Abbas classificou o gesto do Reino Unido como “um passo necessário para alcançar uma paz justa e duradoura”, alinhada à legitimidade internacional.
A decisão dos três países ocorre em meio à intensificação da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 70 mil mortos, segundo autoridades locais, e transformou grande parte do enclave em ruínas.
Atualmente, quase 75% dos 193 membros da ONU reconhecem o Estado palestino, proclamado em 1988. A movimentação liderada por Reino Unido, Canadá e Austrália amplia o isolamento diplomático do governo genocida do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Fontes: O Globo e Estadão