Declaração oficial no X, citando Marco Rubio, afirma que medidas buscam “responsabilizar” aqueles que não seguem as orientações dos EUA no mundo
A Embaixada dos Estados Unidos em Brasília emitiu um comunicado ontem, segunda-feira (22/09), que vai além do anúncio de novas sanções e assume um tom de advertência explícita ao país.
Ao confirmar a punição à empresária Viviane Barci, mulher do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a representação diplomática americana afirmou que a medida deve servir de “exemplo” para outros brasileiros que venham a “ameaçar os interesses políticos e econômicos dos EUA”. A declaração foi feita por meio da conta oficial da embaixada no X (antigo Twitter).
As sanções foram aplicadas pelo Departamento do Tesouro dos EUA contra Viviane Barci e a empresa Lex Instituto de Estudos Jurídicos, da qual ela é sócia. A punição utiliza a chamada Lei Magnitsky, que prevê o congelamento de quaisquer bens que as alvos tenham em território americano e a proibição de entrada nos Estados Unidos. O ministro Alexandre de Moraes já havia sido incluído no mesmo esquema de sanções em julho deste ano.
A linguagem utilizada pela Embaixada dos EUA é considerada extraordinária por especialistas em relações internacionais, por transformar uma sanção individual em um recado coletivo. A frase de que as punições devem servir de “exemplo” é lida como uma tentativa clara de intimidar qualquer pessoa ou entidade no Brasil que eventualmente aja em desacordo com a política externa e os interesses econômicos norte-americanos.
Nessa declaração fica claro que o presidente dos EUA Donald de Trump quer do Brasil e de seus cidadãos uma postura de subserviência ou “vassalagem” para evitar retaliações.
O alvo central das críticas dos EUA, o ministro Moraes, é uma figura-chave em decisões do STF que afetaram diretamente interesses políticos e de comunicação no Brasil, como as investigações sobre ataques à democracia e a moderação de conteúdos em redes sociais.
A medida deve acirrar ainda mais as tensões diplomáticas entre os dois países, colocando em xeque princípios de soberania e não interferência em assuntos internos.
Fonte: R7