Aliados solicitam que o governador de SP apele ao presidente do PSD por apoio explícito à anistia pra os condenados pelo STF por tentativa de golpe
Em uma estratégia que mistura pressão política e a moeda de troca do apoio governista, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificam uma campanha nos bastidores para forçar uma definição do presidente do PSD, Gilberto Kassab, sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca anistiar os condenados por tentativa de golpe pelo STF.
O cerne da cobrança é o que os bolsonaristas classificam como uma postura “em cima do muro” de Kassab, que estaria usufruindo da força política do grupo no governo de São Paulo, sem retribuir com o apoio necessário à pauta no Congresso Nacional.
A pressão surge de um grupo próximo ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), principal herdeiro político de Bolsonaro na atualidade.
De acordo com relatos desses aliados, há algumas semanas teria ocorrido uma conversa direta entre Tarcísio e Kassab, na qual o governador fez um pedido explicito para que o presidente do PSD apoie explicitamente a anistia.
Em resposta, o líder do PSD teria se comprometido a “fazer o possível” para que os deputados federais de seu partido apoiem a proposta.
A promessa, no entanto, é considerada vaga e insuficiente pelos bolsonaristas. Eles exigem uma atuação mais firme e transparente do presidente do PSD, transformando a “possibilidade” em um compromisso formal de bancada. A cobrança é feita com um tom de exigência, baseada na percepção de que o PSD de Kassab é um dos grandes beneficiários da atual configuração política em São Paulo, onde usufrui de espaço e influência no governo Tarcísio, sustentado em grande parte pelos votos bolsonaristas.
O Jogo de Interesses por trás da PEC
Para os bolsonaristas, a anistia é uma pauta não negociável, vista como uma reparação a supostas “perseguições políticas”.
Neste tabuleiro, Gilberto Kassab, conhecido por seu estilo negociador e pragmático, encontra-se em uma posição delicada. Alinhar-se abertamente com a PEC da Anistia poderia custar caro ao PSD em termos de imagem perante o eleitorado mais esclarecido e jovem. Por outro lado, frustrar as expectativas do grupo de Tarcísio pode abalar a lucrativa aliança que garante ao PSD poder e estabilidade na maior economia do país.
A postura atual de Kassab, de não se manifestar explicitamente de forma contundente sobre o tema defendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, é interpretada pelos bolsonaristas como traição e oportunismo. Eles argumentam que o apoio do PSD é crucial para a viabilidade da proposta no Congresso, onde a bancada do partido tem significante peso numérico.
Fontes; Poder 360 e Metróples
