Um novo estudo publicado na revista BMJ Evidence-Based Medicine indica que qualquer quantidade de álcool consumida pode aumentar o risco de demência no futuro. A pesquisa, que questiona descobertas anteriores, é a maior já realizada sobre o tema, combinando análises observacionais e genéticas.
De acordo com a principal autora, Anya Topiwala, pesquisadora sênior da Universidade de Oxford, a análise genética, conhecida como randomização mendeliana, permitiu uma avaliação mais precisa do impacto do álcool. Essa metodologia reduz o risco de distorções e estimula o efeito cumulativo do consumo de álcool ao longo da vida de uma pessoa.
Novas descobertas questionam estudos anteriores
Pesquisas mais antigas sugeriam que um consumo leve de álcool (menos de sete doses por semana) poderia, na verdade, ser protetor para o cérebro. No entanto, os autores do novo estudo explicam que essas análises anteriores frequentemente se concentravam em pessoas mais velhas e não diferenciavam quem nunca bebeu de quem parou de beber, o que poderia distorcer os resultados.
O estudo mais recente, ao analisar como certos genes ligados ao consumo de álcool afetam o cérebro, reforça a ideia de que mesmo pequenas quantidades podem ser prejudiciais. O neurologista Dr. Richard Isaacson, que não participou da pesquisa, classificou o estudo como “complexo”, mas concordou que ele fornece evidências de que o álcool pode ser prejudicial ao cérebro, independentemente da quantidade.
Segundo Isaacson, para indivíduos com risco genético para doenças como o Alzheimer, a abstinência é a melhor opção. Para outros, ele sugere que o impacto do álcool pode variar dependendo de quando e como a pessoa bebe. Por exemplo, consumir algumas doses com o estômago vazio pode ser mais prejudicial à saúde do cérebro do que tomar uma dose durante o jantar.
Fonte: cnnbrasil