Evento sediado em Porto Ferreira celebrou a força dos produtos com identidade territorial e evidenciou o papel das IGs no desenvolvimento econômico e cultural das regiões paulistas
Porto Ferreira foi palco, nesta quinta-feira (25), da Assembleia Ordinária do Fórum Paulista de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas. O encontro reuniu representantes de todo o estado de São Paulo em torno de uma pauta estratégica: a valorização dos produtos que carregam a marca de sua origem. Entre os destaques da programação estiveram a tradicional cerâmica de Porto Ferreira e o recém-certificado café de Torrinha, ambos reconhecidos como Indicações de Procedência pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
O Fórum, que tem caráter itinerante, é um espaço de governança e troca de experiências entre os territórios detentores de Indicações Geográficas (IGs), marcas coletivas que atestam a singularidade de produtos ligados ao saber-fazer local. Nesta edição, Porto Ferreira teve a oportunidade de apresentar sua cadeia de valor da cerâmica artística e utilitária atividade centenária que movimenta a economia local e reforça a identidade cultural da cidade.
O café de Torrinha, por sua vez, foi celebrado como uma das mais novas IGs do estado. Cultivado nas altitudes da Serra do Itaqueri, em uma região próxima aos 900 metros de altitude, o produto foi reconhecido oficialmente pelo INPI em junho de 2025. Representado pela CAFENATO (Associação dos Produtores de Café Natural do Alto de Torrinha), o café já acumula premiações por qualidade e tem sido símbolo de resgate histórico da cultura cafeeira iniciada por imigrantes italianos no início do século XX.
Desenvolvimento sustentável e oportunidades
A programação do Fórum incluiu apresentações técnicas sobre as IGs da cerâmica de Porto Ferreira, do café de Torrinha e do café da Alta Mogiana, além de debates sobre estruturação de conselhos reguladores e estratégias da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo para fortalecer o setor.
“A cada assembleia itinerante, mostramos o impacto que uma IG pode ter no território. Em Porto Ferreira, a cerâmica é um bom exemplo de como tradição e inovação podem caminhar juntas. Já o café de Torrinha traz um caso inspirador de como a certificação abre novas portas aos produtores”, afirmou Luís Adriano Alves Pinto, consultor de negócios do Sebrae-SP, parceiro do Fórum.
O evento também contou com a presença do auditor fiscal federal Francisco José Mitidieri, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), atual coordenador-geral do Fórum, e de Adriana Verdi, assessora técnica da APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios).
Durante a assembleia, os participantes puderam degustar cafés certificados e visitar a fábrica Cerâmica Sara, uma das mais tradicionais da região.
As Indicações Geográficas são uma estratégia de valorização da propriedade intelectual aplicada ao território. Elas reconhecem a origem de produtos cuja qualidade, reputação ou características estão ligadas diretamente ao meio geográfico e aos modos tradicionais de produção.
“A cada IG reconhecida, fortalecemos cadeias produtivas, geramos valor agregado e abrimos espaço para novos mercados. O Sebrae-SP seguirá apoiando os produtores para que a certificação seja um vetor de desenvolvimento sustentável”, concluiu Luís Adriano.
Formalizado em 2023, o Fórum Paulista de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas já se consolida como uma das principais iniciativas de articulação e promoção de produtos com identidade territorial em São Paulo. A força das IGs, como ficou evidente em Porto Ferreira, é também a força das comunidades que mantêm vivas suas tradições e constroem um futuro baseado em qualidade, história e inovação.
Fonte: Sebrae
