Declaração surpreendente do presidente americano ocorre em meio a uma semana de forte pressão diplomática na ONU pelo reconhecimento do Estado palestino
Em uma declaração marcante que sinaliza um ponto de atrito com seu principal aliado no Oriente Médio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira que não autorizará a anexação da Cisjordânia por Israel.
A firme declaração foi feita durante a cerimônia de assinatura de decretos, testemunhada pelo vice-presidente J. D. Vance e outros altos funcionários de seu governo. A posição representa uma mudança significativa de tom em relação ao apoio incondicional que Trump tem dado a Israel e coloca-o em rota de colisão direta com o governo de Benjamin Netanyahu, o mais à direita da história israelense.
A afirmação de Trump surge em um contexto de crescente isolamento de Israel e dos EUA no cenário internacional. Durante a semana de eventos na Assembleia Geral das Nações Unidas, houve uma onda de manifestações de apoio à Autoridade Nacional Palestina (ANP) e de reconhecimento do Estado palestino por vários países. Um evento dedicado ao tema, realizado na segunda-feira e boicotado por Israel e EUA, simbolizou essa pressão diplomática.
A Cisjordânia é oficialmente administrada pela ANP, mas é ocupada militarmente por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. O governo Netanyahu, que inclui ministros extremistas defensores da anexação total do território, tem promovido de forma agressiva a expansão de assentamentos judaicos na região. Essa estratégia é vista internacionalmente como um meio de consolidar fatos no terreno e minar a viabilidade de um futuro Estado palestino.
Fonte: Folha de S. Paulo