Desclassificação de Wanderlei por excessos desencadeou pancadaria entre equipes; filho de Popó nocauteou adversário, que foi hospitalizado. Caso pode ter desdobramentos na Justiça.
O aguardado combate entre Acelino “Popó” Freitas e Wanderlei Silva, realizado na noite do último sábado durante o “Fight Night”, em São Paulo, terminou em caos. A luta, marcada pelo clima tenso, foi encerrada no quarto round após a desclassificação de Wanderlei por excesso de punições entre elas, cabeçadas, proibidas pelas regras do boxe. O que se seguiu foi uma cena lamentável: em poucos segundos, provocações entre os integrantes das equipes se transformaram em agressões generalizadas dentro do ringue.
O ponto mais grave da confusão foi o nocaute sofrido por Wanderlei Silva, atingido por Rafael Freitas, filho de Popó. Silva caiu desacordado e precisou ser atendido no próprio local antes de ser levado a um hospital da capital paulista. A empresa responsável pelo evento, a cervejaria Spaten, repudiou a violência e afirmou que irá reforçar os valores do esporte.
Versões divergentes
Os lados envolvidos apresentam versões diferentes sobre o início da briga. Segundo Popó, a equipe de Wanderlei invadiu o ringue de forma provocativa e iniciou o tumulto. Em entrevista e em áudios revelados por Fabrício Werdum, Popó relatou que foi agredido com um soco pelo treinador André Dida. “Quando um apanha em cima do ringue, apanha todo mundo”, disse inicialmente. Mais tarde, recuou no tom e pediu desculpas públicas a Wanderlei: “Wand, somos amigos independentemente de qualquer coisa (…) quero te pedir desculpas.”
Do outro lado, a equipe de Wanderlei afirma que apenas reagiu às agressões sofridas. Dida, o treinador, reconheceu que perdeu o controle emocional ao ver seu atleta caído. “Foi uma ação errada, onde todo mundo tá errado”, admitiu.
Wanderlei Silva, além de ser desclassificado, foi surpreendido com os golpes de Rafael Freitas já com a luta encerrada. O filho de Popó justificou a agressão dizendo ter agido no “calor do momento” para defender o pai.
Consequências legais
O episódio, que já havia manchado o encerramento do evento, agora pode chegar aos tribunais. O advogado de Wanderlei, Cláudio Dalledone, classificou a agressão sofrida por seu cliente como tentativa de homicídio e promete acionar criminalmente os responsáveis: “Aquele que agrediu pelas costas será punido criminalmente.”
A Spaten, organizadora do Fight Night, ainda não comentou sobre possíveis punições esportivas ou afastamento de envolvidos, mas garantiu que vai revisar protocolos de segurança.
Enquanto isso, o caso segue repercutindo no mundo das lutas agora, mais pela violência fora das regras do que pelos golpes dentro do ringue.
Fonte: g1