O caso reacendeu discussões sobre os limites da exposição pública de servidores e colaboradores especialmente quando veiculadas em canais oficiais ou redes sociais de autoridades públicas.
Um ex-coordenador administrativo da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste, em Ribeirão Preto (SP), receberá R$ 25 mil por danos morais após ter sua demissão exposta em um vídeo divulgado pelo prefeito Ricardo Silva (PSD) nas redes sociais. O valor foi homologado pela juíza Claudia Bueno Rocha Chiuzuli, da 3ª Vara do Trabalho da cidade, como parte de um acordo firmado com a Fundação Santa Lydia, responsável pela gestão da unidade de saúde.
A decisão foi tomada em audiência realizada no fim de agosto. O ex-funcionário ingressou com ação na Justiça após se sentir exposto publicamente em um vídeo postado em 8 de janeiro, em que o prefeito, ao lado do secretário municipal da Saúde, Marcelo Godinho, aparece informando a demissão de funcionários da UPA Oeste, no bairro Sumarezinho. Na gravação, Ricardo Silva afirma que a gerência não estava presente na unidade e que, por isso, os responsáveis estariam desligados de seus cargos.
À época, o coordenador relatou que já havia assinado sua demissão duas horas antes da visita do prefeito, após reunião com o departamento de Recursos Humanos da fundação. Segundo ele, o vídeo tornou a situação pública de forma “indevida e desnecessária”, afetando sua imagem profissional.
O ex-coordenador afirmou ter mais de 36 anos de experiência na área administrativa hospitalar, sendo oito deles dedicados à Fundação Santa Lydia. Desde 2021, atuava na gestão da UPA do Sumarezinho, embora sem responsabilidades sobre a área médica e de enfermagem.
Em nota, a Fundação Santa Lydia confirmou o acordo judicial, classificando-o como um “entendimento alcançado entre as partes perante a Justiça do Trabalho, que encerra a questão”. A Prefeitura de Ribeirão Preto não se manifestou até o momento.
O caso reacendeu discussões sobre os limites da exposição pública de servidores e colaboradores em situações administrativas, especialmente quando veiculadas em canais oficiais ou redes sociais de autoridades públicas.
Fonte: g1