Mesmo anúncio de apoio de Trump não basta para conter a pior fase do presidente argentino, queda na cotação do peso, persistencia da inflação e estagnação da economia.
O presidente argentino Javier Milei vive seu pior momento desde que assumiu o cargo, em dezembro de 2023. Analistas apontam que uma sequência de problemas políticos e a persistência das dificuldades econômicas para a população mergulharam seu governo em um “inferno astral”.
A crise de popularidade ficou evidente com uma derrota legislativa na província de Buenos Aires e é confirmada por pesquisas. Um levantamento de setembro mostra que 53,7% desaprovam Milei, sua pior avaliação. Outro índice, da Universidade Di Tella, registrou o menor nível de confiança no governo desde o início da gestão.
A percepção pública piorou após Milei vetar aumentos para aposentados e pessoas com deficiência. Embora a inflação tenha caído drasticamente – de 211,4% em 2023 para 117,8% em 2024 –, o custo de vida continua alto. Salários perderam poder de compra, o dinheiro “acaba antes do fim do mês” e o desemprego e a informalidade permanecem elevados.
Enquanto a economia dá sinais de estagnação e a indústria recua, a esperada alta de investimentos estrangeiros não ocorreu. Neste contexto, o anúncio de um apoio financeiro de Donald Trump foi visto como um “resgate para evitar um naufrágio”. No entanto, sem detalhes concretos, a ajuda não foi suficiente para alterar a percepção de que o eleitorado está se cansando do estilo agressivo de Milei e da falta de alívio nas contas no fim do mês.
Fonte: BBC News Brasil