Partido repete histórico de negligência com a correção da tabela e favorece elites enquanto posterga alívio para quem mais precisa
O União Brasil, partido herdeiro direto do antigo DEM (ex-PFL) e parte da base que sustentou Michel Temer e Jair Bolsonaro, voltou a atuar contra os interesses da classe trabalhadora. A legenda, por meio de destaque apresentado pelo deputado Mendonça Filho (União-PE), defende que a nova faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil só entre em vigor em 2027, adiando em um ano o alívio esperado por milhões de brasileiros.

A emenda não apenas posterga o benefício, mas também altera a forma de cobrança dos chamados “super-ricos”, substituindo a retenção mensal na fonte, defendida pelo governo, por um ajuste anual. Na prática, o modelo proposto facilita a vida de grandes rendistas e investidores, sob o pretexto de que suas fontes de receita são “variadas e não lineares”.
O discurso, no entanto, esbarra na realidade: trabalhadores assalariados, que não contam com rendas variáveis nem com planejamentos tributários sofisticados, continuam sendo penalizados com a defasagem histórica da tabela do IR.
Durante os governos Temer e Bolsonaro, amplamente apoiados pelos parlamentares do DEM, PFL e PSL (antecessores diretos do União Brasil), a tabela não foi corrigida nenhuma vez, ampliando a carga sobre a classe média e os mais pobres.
Agora, mesmo diante da proposta de isenção até R$ 5 mil, o partido articula para adiar o benefício e proteger os mais ricos, reafirmando sua velha tradição: defender privilégios e colocar o peso do ajuste nas costas de quem vive de salário.
Enquanto a correção plena da tabela é empurrada para 2027, milhões de brasileiros continuarão a pagar imposto de renda como se fossem parte da elite econômica, em um sistema cada vez mais injusto e que só reforça a distância entre as promessas políticas e a realidade de quem trabalha.
Fonte: CNN Brasil