Operação Cama de Gato revelou esquema de desvio de drogas, lavagem de dinheiro e transporte aéreo de entorpecentes
A Justiça de Piraju (SP) condenou na quarta-feira (1º) sete pessoas investigadas na Operação Cama de Gato, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Entre os condenados estão três policiais civis e o ex-vereador Paulo Rogério Cardoso (PL), conhecido como “Paulinho Policial”. Eles foram considerados culpados por organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de capitais e coações.
As penas mais altas foram aplicadas aos agentes: Alex Sandro dos Santos (59 anos de prisão), Paulo Rogério Cardoso (58 anos) e Sérgio Camilo da Silva (27 anos). A sentença também decretou a perda dos cargos públicos. Outros réus — Leandro Mamede da Silva, Danielle Almeida, Alean Fidelfo de Souza e Vanessa Aparecido Alves — receberam punições menores.
Todos tiveram suas prisões preventivas mantidas e foram condenados a pagar, de forma solidária, R$ 500 mil em indenização por danos morais coletivos. Além disso, a Justiça determinou o perdimento de dois veículos de luxo e cerca de R$ 100 mil apreendidos durante as investigações.
Segundo o Ministério Público, os policiais forjavam prisões e simulavam abordagens para subtrair drogas de traficantes ligados a facções criminosas. O entorpecente era posteriormente encaminhado para comunidades no Rio de Janeiro, com pagamentos feitos por intermediários (“laranjas”). O grupo também contava com egressos do sistema prisional e até um integrante habilitado para pilotar helicóptero, o que permitia transporte aéreo interestadual da droga.
A operação teve início em Carlópolis (PR), onde o grupo adquiria grandes quantidades de entorpecentes e negociava armas de grosso calibre, incluindo fuzis. Durante a deflagração da ação, em setembro, foram cumpridos 12 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão em cidades de São Paulo e do Paraná, além da apreensão de R$ 105 mil em dinheiro vivo e veículos de alto padrão.
Fonte: G1 Globo Itapetininga