Intoxicação por metanol em bebidas adulteradas já causa oito mortes confirmadas em SP. A última vítima anuciada é de um jovem de Cajuru (SP)
Um cenário de risco silencioso e letal se espalha pelos bares e copos de São Paulo. A morte de um jovem de 27 anos, morador de Cajuru (SP) no último dia 27 de setembro, expõe a gravidade de um problema crescente: a intoxicação por metanol proveniente de bebidas alcoólicas adulteradas.
A vítima é uma das oito mortes confirmadas pelo governo do estado relacionadas a essas substâncias falsificadas, em um surto que já soma 102 notificações de possíveis intoxicações.
De acordo com relatos de familiares, o rapaz consumiu cachaça horas antes de começar a passar mal. O quadro evoluiu rapidamente para uma crise convulsiva e uma parada cardíaca. Socorrido e reanimado pelos médicos do pronto-socorro local, ele foi transferido para a Santa Casa de Cajuru, mas não resistiu a uma nova parada cardíaca.
A tragédia familiar agora aguarda a confirmação laboratorial: amostras do corpo da vítima foram enviadas para análise na Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, que atestará se a causa da morte foi, de fato, a ingestão de metanol.
A principal linha de investigação das autoridades aponta para um processo industrial clandestino e criminoso. Indícios sugerem que o metanol, um álcool altamente tóxico utilizado como solvente industrial e anticongelante, está sendo utilizado por fábricas ilegais para limpar e desinfetar garrafas que são reaproveitadas e falsificadas. O contato da substância com a bebida, ou sua adição direta para aumentar o volume, transforma um momento de descontração em uma roleta-russa com desfecho potencialmente fatal.
Em resposta ao caso, a Vigilância Sanitária de Cajuru intensificou as fiscalizações em bares, depósitos e distribuidoras. A orientação para a população é clara e direta: consumir apenas bebidas de origem conhecida e comprovada, adquiridas em estabelecimentos idône
Os sintomas de intoxicação por metanol incluem tontura, náusea, vômito, forte dor abdominal, visão turva ou embaçada e, em casos graves, convulsões, coma e falência múltipla de órgãos. A ingestão de apenas 30 ml de metanol puro pode ser fatal para um adulto.
Fonte: G1 São Carlos e Ribeirão Preto