Após rejeição da proposta em Belo Horizonte, equipe econômica faz “radiografia” do setor a pedido de Lula; Haddad aponta apelo social e busca novas formas de financiamento
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está analisando a viabilidade de implementar a tarifa zero no transporte público urbano em todo o Brasil. A informação foi confirmada nesta terça-feira (7/10) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Segundo Haddad, a equipe econômica está realizando uma “radiografia” completa do setor a pedido direto do presidente. O objetivo é identificar formas alternativas e mais eficazes de financiar o transporte coletivo, reduzindo ou até eliminando o custo para o usuário.
“Tem vários estudos que estão sendo recuperados pela Fazenda para verificar se existem outras formas mais adequadas de financiar o setor”, afirmou o ministro. Ele destacou ainda que a pauta tem um “apelo social muito forte”, especialmente por afetar diretamente a população trabalhadora das grandes cidades.
A discussão sobre a tarifa zero voltou ao centro do debate nacional após a Câmara Municipal de Belo Horizonte rejeitar, na última sexta-feira (3/10), um projeto que previa gratuidade no transporte público da capital mineira. A proposta foi derrubada por 30 votos contrários e apenas 10 favoráveis. A prefeitura, comandada por Álvaro Damião, se posicionou contra a medida, e a base aliada no legislativo não aderiu à iniciativa.
No âmbito federal, os estudos do Ministério da Fazenda incluem uma análise detalhada dos custos totais do setor, os subsídios já aplicados por governos e empresas, e o impacto financeiro sobre os trabalhadores. Também estão sendo avaliadas possíveis soluções tecnológicas e oportunidades para modernizar o sistema de transporte.
Apesar de ainda não haver uma proposta formal, o movimento do governo federal indica que o tema pode ganhar força nos próximos meses como parte de uma agenda social voltada à mobilidade urbana e à redução das desigualdades.
Fonte: otempo