O lobb$ das fintechs e plataformas de apostas online surtiu efeito sobre os parlamentares e lideres do Centrão, esses não deixaram aumentar os impostos sobre as apostas – grande mal do Brasil atualmente.
O lobby de grandes empresas de tecnologia financeira e plataformas de apostas online surtiu efeito no Congresso Nacional. Parlamentares do Centrão, influenciados pela pressão dessas corporações, articularam nas últimas semanas para barrar duas iniciativas do governo federal: a criação de um novo imposto sobre as fintechs e o aumento da tributação sobre as chamadas bets, os sites de apostas esportivas e jogos virtuais.
Com a resistência consolidada, o Palácio do Planalto sofreu uma derrota política significativa e já calcula o impacto fiscal da decisão. Segundo estimativas preliminares da equipe econômica, a União deixará de arrecadar dezenas de bilhões de reais em 2026, o que obrigará o governo a revisar metas de resultado primário e a cortar despesas no orçamento de 2025.
A ofensiva das fintechs e das empresas de apostas envolveu campanhas discretas de lobb$ em gabinetes de deputados e senadores. O argumento principal era o risco de “desestimular a inovação” e “afetar a competitividade” dos negócios digitais no país.
Líderes do Centrão — bloco que hoje detém forte influência sobre a pauta econômica adotaram o discurso e passaram a chantagear o Executivo Federal.
“Não é hora de criar mais impostos sobre setores que geram emprego e renda”, afirmou um deputado ligado a Arthur Lira (PP-AL), sob reserva. “O governo precisa cortar gastos e não penalizar quem está investindo.”
Mas casa de aposta pagar menos impostos que outras atividades econômicas produtivas? Fintechs não tem tribução bancária apesar de agirem como tal.
No Ministério da Fazenda, o clima é de preocupação. A área técnica calcula que o governo deixará de arrecadar cerca de R$ 20 bilhões a R$ 25 bilhões apenas com a taxação mais branda sobre as bets. A renúncia envolvendo as fintechs, que incluem bancos digitais e plataformas de pagamento, pode somar outros R$ 15 bilhões.
A situação pressiona diretamente as metas de 2025, quando o governo já se comprometeu a zerar o déficit primário. Com a arrecadação menor e sem novas fontes de receita, técnicos admitem que será necessário congelar parte dos investimentos públicos e reduzir gastos em custeio da máquina.
Fintechs e apostas: dois gigantes sem freios – o setor de fintechs se consolidou como um dos mais dinâmicos da economia brasileira, movimentando trilhões de reais por ano. Já as casas de apostas legalizadas recentemente e sem impostos por mais de 4 anos, cresceram de forma explosiva, atraindo milhões de usuários e grandes patrocinadores de clubes de futebol.
As fintechs e as bets operam com margens altíssimas e pagam bem menos impostos que bancos tradicionais ou loterias. A resistência em tributar esses segmentos mostra o poder de influência econôm$ca no Congresso
A atuação do Centrão evidencia mais uma vez o poder do bloco sobre a agenda fiscal do governo. Mesmo com apelos diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Fernando Haddad, as bancadas ligadas a partidos como PP, Republicanos, União Brasil, MDB e PSD impuseram suas condições.
Analistas políticos apontam que o episódio reforça o custo político para o Brasil a atuação de chantagem por parte dos parlamentares do Centrão, a sociedade brasileira não está mais conseguindo financiar esse grupo político de aproveitadores do dinheiro público.
Além do impacto econômico, o episódio tem forte componente político. O Centrão mira 2026 e quer se descolar da imagem de aumento de impostos, enquanto mantém o apoio de setores empresariais que financiam campanhas.
No Planalto, a avaliação é que a derrota serve de alerta: sem uma base sólida e fiel, será cada vez mais difícil aprovar medidas de impacto fiscal no Congresso especialmente quando envolvem setores com tanto poder econômico e político.
Por Marco Antônio Mourão
