Investigação aponta que Ana Paula Veloso, presa pelo assassinato de Neil Corrêa da Silva, é responsável por outras três mortes por envenenamento; delegado a classifica como ‘serial killer’ e ‘psicopata’.
A investigação da morte de Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, após comer uma feijoada envenenada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, revelou detalhes estarrecedores nesta quinta-feira (9). Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, uma das envolvidas no crime, Ana Paula Veloso, confessou ter matado pelo menos 10 cachorros para testar a eficácia do veneno antes de aplicá-lo na vítima.
A revelação foi feita pelo delegado Halisson Ideiao, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que investiga o caso. Em depoimento, Ana Paula, que possui conhecimentos na área da saúde, descreveu com frieza o método utilizado para calcular a dosagem e o tempo de ação da substância tóxica. O delegado a classificou como uma “psicopata” e “serial killer”, responsável por ao menos quatro mortes por envenenamento.
Ela confessa que chegou a matar 10 cachorros com esse veneno, testando o método, o tempo. Ela sabia exatamente quanto tempo, a dosagem, o que ia acontecer afirmou o delegado.
A substância usada nos crimes seria o terbufós, um tipo de agrotóxico considerado menos potente que o tradicional chumbinho, mas ainda letal. A substância foi encontrada durante buscas na residência de Ana Paula Veloso, em Guarulhos (SP), corroborando sua confissão.
Na mesma data, a polícia realizou a exumação do corpo de Neil no Cemitério Memorial do Rio, em Cordovil, zona norte da capital. O objetivo é buscar vestígios do veneno e confirmar a real causa da morte, inicialmente atribuída a insuficiência respiratória e crise convulsiva.
Neil faleceu em abril deste ano, horas após participar de um almoço em família no qual foi servido o prato contaminado. Uma denúncia anônima levou a polícia a suspeitar de envenenamento, hipótese agora tratada como a principal linha de investigação.
De acordo com a DHBF, o assassinato foi encomendado pela filha da vítima, Michelle Paiva da Silva. Presa na última terça-feira (7), ela teria financiado a viagem de Ana Paula de Guarulhos para o Rio de Janeiro com o objetivo de executar o plano. A motivação seria um histórico de conflitos familiares.
Mensagens trocadas entre as duas mulheres, obtidas com autorização judicial, revelam conversas explícitas sobre o plano de envenenamento. A dupla também é investigada por outros três homicídios com o mesmo modus operandi ocorridos em São Paulo.
Ambas seguem presas preventivamente, enquanto a polícia aguarda o laudo da exumação para reforçar o inquérito e possivelmente denunciar as acusadas por homicídio qualificado e maus-tratos a animais, entre outros crimes.
Fonte: agendadopoder