Susumu Kitagawa, Richard Robson e Omar M. Yaghi foram reconhecidos pelo desenvolvimento das estruturas metal-orgânicas (MOFs), que também armazenam gases tóxicos e catalisam reações químicas.
A Real Academia Sueca de Ciências anunciou nesta quarta-feira (8) os vencedores do Prêmio Nobel de Química de 2025. Os cientistas Susumu Kitagawa, do Japão, Richard Robson, da Austrália, e Omar M. Yaghi, dos Estados Unidos, foram laureados por criarem materiais metal-orgânicos inovadores, capazes de capturar água do ar mesmo em ambientes extremamente secos, como desertos.
Essas estruturas, conhecidas como MOFs (Metal-Organic Frameworks), representam uma nova arquitetura molecular construída a partir da combinação de íons metálicos e moléculas orgânicas. O resultado são cristais com cavidades internas que permitem armazenar e filtrar substâncias químicas específicas de dióxido de carbono a gases tóxicos além de catalisar reações e até conduzir eletricidade.
Segundo a academia, os MOFs são “construções moleculares com grandes espaços por onde gases e outros produtos químicos podem fluir”. A partir da escolha dos blocos de construção, os cientistas podem projetar esses materiais para desempenhar funções específicas. Uma das aplicações mais promissoras é a coleta de umidade do ar em regiões áridas, convertendo-a em água potável.
O prêmio, que já teve 116 edições desde 1901, é acompanhado de uma quantia de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 5,5 milhões), além de medalha e diploma. A descoberta é considerada uma das mais relevantes da química moderna por sua aplicação direta em desafios ambientais globais.
A pesquisa teve início em 1989, quando Richard Robson testou pela primeira vez uma estrutura atômica que, embora instável, revelava potencial. Entre 1992 e 2003, Susumu Kitagawa e Omar Yaghi realizaram avanços cruciais, solidificando os MOFs como uma nova fronteira na ciência dos materiais.
“Era como um diamante cheio de inúmeras cavidades”, descreveu Robson sobre os primeiros cristais produzidos. Com os aprimoramentos, os MOFs se tornaram estáveis e altamente versáteis, abrindo caminho para aplicações que vão da purificação do ar à produção de energia limpa.
O reconhecimento pelo Nobel reforça a importância da química no enfrentamento de problemas urgentes da humanidade, como a escassez de água e as mudanças climáticas.
Fonte: noticias.r7
