Vencedora, María Corina Machado, dedicou honraria a Trump, que não a parabenizou; presidente americano mantém relação ambivalente com líder russo.
Em uma demonstração pública de frustração por não ter sido agraciado com o Prêmio Nobel da Paz de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recorreu a um inusitado aliado: Vladimir Putin.
No início desta semana, Trump compartilhou em sua rede social, a Truth Social, um vídeo em que o presidente russo critica o comitê organizador do Nobel.
As declarações de Putin foram feitas durante uma entrevista coletiva no Tadjiquistão. “Não cabe a mim julgar se o atual presidente dos EUA merece o Prêmio Nobel, mas ele está fazendo muito para resolver crises complexas que vêm ocorrendo há anos e décadas”, afirmou o líder russo.
Ele ainda questionou a credibilidade da honraria: “Houve casos em que o Comitê concedeu o Prêmio Nobel da Paz a pessoas que nada fizeram pela paz. (…) Na minha opinião, essas decisões causaram enormes danos à credibilidade do prêmio.”
A postura do presidente americano contrasta com a da vencedora real do Nobel da Paz, a líder opositora venezuelana María Corina Machado. Ele ainda não a parabenizou publicamente, mesmo após a ativista ter dedicado explicitamente o prêmio a ele.
A reaproximação pública com Putin marca mais um capítulo na relação complexa que Trump mantém com o Kremlin desde seu primeiro mandato. Seu retorno ao poder, sob a promessa de cortar a ajuda militar à Ucrânia, país invadido pela Rússia em 2022, tem sido marcado por altos e baixos no relacionamento com Moscou.
A decisão de compartilhar as críticas de Putin ao Nobel da Paz ilustra uma sintonia de narrativas entre os dois líderes, mesmo em um contexto geopolítico delicado.
Fonte: Estadão