Agressora foi detida em flagrante após ofensas racistas dirigidas a jovem atleta do Manthiqueira durante jogo do Campeonato Paulista Sub-12; menino deixou o campo aos prantos e jogo foi encerrado
Uma mulher de 41 anos foi presa em flagrante por injúria racial neste domingo (19) após proferir ofensas racistas contra um jogador de 12 anos durante uma partida de futebol realizada na Praça da Bíblia, no bairro Parque Alberto Bayington, em Guaratinguetá, interior de São Paulo. O episódio ocorreu durante o confronto entre Manthiqueira e Corinthians, válido pelo Campeonato Paulista Sub-12.
Segundo o boletim de ocorrência, o jovem atleta do Manthiqueira relatou ao árbitro, ainda durante o jogo, que estava sendo alvo de insultos raciais vindos de uma torcedora nas arquibancadas. Abalado emocionalmente, o menino sentou-se no gramado e chorou. A súmula da partida registrou que a mulher teria gritado frases como “Preto, filho da p***, sem família”.
Um dos gandulas presentes confirmou a denúncia, e a mãe do garoto, que acompanhava o jogo, acionou a polícia. O menino precisou ser retirado da partida devido ao seu estado emocional e, diante da gravidade do caso, a partida foi encerrada.
A mulher foi levada à Delegacia de Guaratinguetá, onde teve a prisão em flagrante decretada. Conforme a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), ela foi encaminhada à Cadeia Pública de Lorena e permanece à disposição da Justiça. O crime de injúria racial prevê pena de um a três anos de reclusão, além de multa.
O caso gerou forte comoção e indignação entre os envolvidos. Em nota, o Corinthians lamentou o episódio e se colocou à disposição das autoridades para colaborar com as investigações. “O Corinthians reforça seu repúdio a qualquer ato discriminatório e acompanha com atenção o desenrolar dos fatos”, declarou o clube.
Já o Manthiqueira publicou um posicionamento nas redes sociais. “Houve um vencedor no placar, mas todos nós perdemos. Racismo é crime no futebol e na vida! […] Racismo não se tolera. E, só para lembrar, são crianças de 12 anos!”, afirmou a equipe.
A Federação Paulista de Futebol (FPF) também se manifestou, informando que o episódio foi tratado conforme o Protocolo Antirracista do Futebol Paulista. “Choca ainda mais o fato de, neste caso, ser um ato contra uma criança que apenas está jogando futebol”, destacou a entidade.
O caso reacende o debate sobre o racismo no esporte e reforça a urgência de medidas mais rigorosas para proteger crianças e adolescentes em ambientes esportivos.
Fonte: Terra.com