Em ação inédita, a bolsa brasileira celebra o Dia Nacional da Filantropia e reforça o papel do investimento social privado como força de inovação e combate às desigualdades.
A B3, a bolsa de valores do Brasil, promoveu nesta segunda-feira (20), em São Paulo, o primeiro “toque de campainha pela filantropia”, iniciativa simbólica que reuniu lideranças empresariais e do setor de investimento social privado em homenagem ao Dia Nacional da Filantropia. O gesto, tradicionalmente associado à abertura do mercado financeiro, ganhou um novo significado: o de marcar o compromisso coletivo com a transformação social.
Organizado pela B3 Social, braço de impacto da bolsa, o evento destacou o potencial da doação e do investimento social como motores de desenvolvimento e de enfrentamento das desigualdades no país. “A filantropia é capaz de complementar o Estado, acelerar soluções e criar estratégias inovadoras de transformação”, afirmou a entidade.
Na abertura, o CEO da B3, Gilson Finkelsztain, anunciou que a instituição destinou R$ 290 milhões a mais de mil projetos em todo o país nos últimos cinco anos, e fez um convite à sociedade: “Queremos que líderes, empresas e cidadãos façam da filantropia um grande legado. O Brasil tem espaço para crescer e se sofisticar no campo do investimento social privado, que pode e precisa ser mais inteligente, estruturado e colaborativo.”
A ação contou com o apoio da Comunitas e do Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), e reuniu nomes de peso do setor. Neca Setubal, presidente do conselho curador da Fundação Tide Setubal, ressaltou o papel das empresas na redução das desigualdades: “Vivemos em um país onde as desigualdades são enormes e não basta cobrar apenas o poder público. As empresas são fundamentais para que essas desigualdades não sejam naturalizadas.”
Ela também defendeu o fortalecimento dos laços comunitários e culturais: “A atuação nos territórios é essencial, e o poder público pode incentivar esse trabalho em conjunto com as empresas, fortalecendo o diálogo como fator de coesão social.”
Para Patricia Loyola, diretora da Comunitas, o investimento social privado amplia o alcance das empresas: “A atuação social pode chegar onde o negócio não chega, tornando-se uma interface poderosa com as comunidades.”
O encontro, realizado no espaço histórico que já abrigou o pregão da antiga Bovespa, também teve participação de Ana Buchaim (B3), Alexandre Thiollier (BRK Ambiental), Camila Valverde (Fundação ArcelorMittal) e Rodrigo Pipponzi (MOL Impacto, Instituto ACP e RD Saúde), que debateram formas de atuação sistêmica e colaborativa no campo do investimento social.
Entre os convidados estavam representantes de grandes instituições como Giovanni Harvey (Fundo Baobá pela Equidade Racial), Fernanda Fingerl (Fundação Vale), Gregório Maciel (Petrobras), Luis Guggenberger (Instituto Ultra) e Carola Matarazzo (Movimento Bem Maior).
Com o toque simbólico da campainha, a B3 não apenas celebrou o Dia Nacional da Filantropia, mas também reafirmou seu papel de catalisadora de mudanças — promovendo um novo olhar sobre o investimento social privado: o de um legado coletivo capaz de inspirar, inovar e transformar o Brasil.
Fonte: Folha de S. Paulo