Rafael Pascon dos Santos, investigado por casos registrados em Marília, Garça e Lins; vítimas relatam estupros e importunações sexuais em consultório e unidade pública de saúde
O médico psiquiatra Rafael Pascon dos Santos foi preso preventivamente na tarde desta quarta-feira (22), em Marília (SP), durante diligências da Polícia Civil em sua residência e em seu consultório. O profissional é investigado por abusos sexuais e estupros contra pacientes durante atendimentos médicos.
De acordo com as investigações, pelo menos 20 denúncias foram registradas nas Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) de Marília, Garça e Lins. As vítimas têm entre 17 e 65 anos, e os casos relatados teriam ocorrido desde 2018.
Em Marília, foram feitos 14 boletins de ocorrência; em Garça, cinco; e em Lins, um. Rafael atuava tanto em uma clínica particular em Marília quanto no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Garça.
Os relatos apontam um padrão de comportamento: o médico aproveitava o ambiente de consulta para cometer os abusos.
Uma das vítimas relatou ter sido estuprada em agosto de 2024, em um consultório particular, após o psiquiatra fazer comentários sobre sua aparência e a levar para uma sala reservada. Outra mulher, de 43 anos, contou ter sido beijada à força em 2022, o que a levou a interromper o tratamento.
Uma jovem, hoje com 24 anos, relatou ter sido assediada aos 17 anos, em 2018, durante atendimento no Caps de Garça. Segundo ela, o médico mudou de comportamento após a saída da mãe da sala, fez perguntas íntimas e tentou beijá-la.
Outro caso, de 2024, envolve uma paciente de 41 anos, que o acusa de tentativa de estupro durante consulta no Caps. Ela afirmou que o psiquiatra fez comentários sobre seu corpo, tentou beijá-la, a segurou contra a mesa e passou as mãos por baixo da saia. A mulher conseguiu escapar e denunciou o caso à polícia.
Após as denúncias, a Prefeitura de Garça informou ter afastado o médico no dia 16 de outubro, tão logo as acusações vieram à tona, e formalizou o pedido de afastamento até a conclusão das investigações. A associação responsável pela contratação do profissional rescindiu o contrato.
Em nota, a defesa de Rafael Pascon afirmou que o psiquiatra está “profundamente perplexo com a decretação da prisão preventiva”, que considera “extrema e desnecessária”. Disse ainda que ele “sempre se colocou à disposição das autoridades” e que é inocente das acusações. A defesa acredita que a Justiça “reconhecerá a inexistência de elementos concretos que justifiquem a prisão e restabelecerá sua liberdade”.
A Polícia Civil continua colhendo depoimentos e analisando provas para apurar a extensão dos crimes e identificar possíveis novas vítimas. O caso corre sob sigilo judicial, e a prisão preventiva foi decretada para garantir a segurança das vítimas e a integridade das investigações.
Fonte: TV TEM