Pesquisas não confirmam relação direta entre o uso prolongado do remédio e Alzheimer; risco maior está na automedicação e na deficiência de vitamina B12.
A suspeita de que o omeprazol pudesse causar demência ou Alzheimer surgiu em 2014, após um estudo alemão apontar possível associação entre o uso prolongado de inibidores de bomba de prótons (IBPs) e o declínio cognitivo. No entanto, pesquisas posteriores, incluindo uma ampla análise finlandesa de 2017, não confirmaram essa relação.
Segundo especialistas, como os neurologistas Carlos Eduardo Altieri e Iago Navas, os primeiros estudos eram observacionais e não provaram causa e efeito. Eles destacam que muitos usuários crônicos de IBPs já têm outros fatores de risco, como idade avançada e múltiplos medicamentos, o que pode confundir os resultados.
O que a ciência indica é uma ligação indireta: o uso prolongado pode reduzir a absorção de vitamina B12, essencial para o funcionamento do cérebro. A deficiência dessa vitamina pode causar sintomas como fadiga e lapsos de memória, mas é reversível com reposição.
Especialistas reforçam que o omeprazol é seguro quando usado sob supervisão médica, e alertam contra o uso contínuo e sem reavaliação, prática comum entre quem se automedica.
Fonte: g1.com