Assessora da deputada Valéria Bolsonaro (PL), Amanda Servidoni exige comissão de parte de verba de R$ 300 mil destinada ao município de Rio Claro (SP) para “abrir portas em outras cidades”;
Uma filiada ao Partido Liberal (PL) de Rio Claro (SP), que atua em projetos sociais da secretária estadual Valéria Bolsonaro (PL), foi flagrada em áudios solicitando o retorno de R$ 100 mil de uma emenda parlamentar de R$ 300 mil destinada ao município. A cobrança, tratada como um “retorno” pelo repasse, foi revelada pelo site Metróposes.
As mensagens de áudio são de Amanda Servidoni, que se apresenta como assessora da deputada estadual licenciada Valéria Bolsonaro, atual secretária de Políticas para a Mulher no governo de Tarcísio de Freitas. Embora não ocupe um cargo oficial na secretaria, Amanda é responsável pelo projeto “Mulheres pela Fé” – que tem a própria deputada como madrinha – e mantém proximidade com lideranças partidárias. Em junho, ela se filiou ao PL em um ato ao lado do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.
Nos áudios obtidos pela reportagem, Amanda faz a cobrança de forma direta:
- “Ele [o prefeito] vai gastar 100 k com a pista… E nós estamos dando 300. Desses 300 eu quero pelo menos uns 100, entendeu? Não quero 10%…”, diz ela em um trecho.
- Em outro momento, reforça o combinado: “É isso. É 100 e 100. Pronto. Para abrir mais [portas] nas outras cidades.”
A relação de Amanda com a deputada Valéria Bolsonaro vai além do projeto social. No mês passado, a parlamentar inaugurou um escritório político em Rio Claro no mesmo imóvel onde funciona o “Mulheres pela Fé”.
Questionada pela reportagem, a prefeitura de Rio Claro informou que, em 2024, uma emenda de R$ 300 mil da deputada Valéria Bolsonaro foi utilizada para a compra de um veículo para a área da Saúde. Sobre o exercício de 2023, o recurso foi enviado por meio de uma “emenda Pix”, sem um detalhamento específico de sua destinação final.
Procurada, Amanda Servidoni confirmou ser a autora de um dos áudios, mas negou que a conversa tivesse relação com emendas parlamentares. Disse apenas trabalhar “com projetos” e encerrou o contato com um “Não tenho nada a declarar”. A deputada Valéria Bolsonaro, por sua vez, não se manifestou sobre o caso até o fechamento desta edição.
O áudio levanta suspeitas sobre a possibilidade de um esquema de cobrança de comissões ilegais sobre verbas públicas destinadas ao município, um crime conhecido como “propina” ou “retorno” de emenda.
Fonte: Estado de Minas –







