Em conjunto com o crescimento do município, venha o planejamento estratégico que contemple a descentralização de programas e políticas públicas, antes praticadas exclusivamente pelo centro, para os bairros da cidade.
Municípios em desenvolvimento têm como característica expansão da área urbana, fruto da ampliação e criação de novos bairros, da valorização imobiliária e da incapacidade de o centro da cidade comportar todos os munícipes. Nesse sentido, é imprescindível que, em conjunto com o crescimento do município, venha o planejamento estratégico que contemple a descentralização de programas e políticas públicas, antes praticadas exclusivamente pelo centro, para os bairros da cidade.
Este texto tratará de políticas públicas de quatro áreas específicas. Iniciando pela saúde: com o crescimento da área residencial do município, não é viável que todos os habitantes tenham de se deslocar ao centro para serem atendidos pela mesma unidade. O resultado é a superlotação e a incapacidade de a unidade conseguir atender adequadamente os pacientes. Com a descentralização, grupos de menores, formados por moradores de regiões específicas, passam a ser atendidos por profissionais com foco exclusivo em determinada localidade. O resultado é um atendimento mais ágil, menor risco de contaminação em razão de doenças portadas por outras pessoas e o acompanhamento do médico é mais personalizado, o que resulta em diagnósticos mais precisos e em confiança mútua entre moradores e profissionais.
A educação é outra área que ganha muito com a descentralização. Alunos mais próximos de suas casas facilitam o transporte pelos pais, em meio à rotina acelerada a que estamos submetidos. Mais do que isso, o princípio da igualdade e a construção de uma sociedade mais justa são fatores fundamentais gerados pela presença de escolas de qualidade nos bairros. Professores qualificados garantem que os alunos tenham melhores ferramentas para o sucesso escolar; a proximidade reduz o desgaste com locomoção e proporciona mais energia para o cumprimento das atividades pedagógicas.
A cultura, em seus dois pólos – conservador e criativo -, quando desenvolvida nos bairros residenciais, garante um senso de pertencimento ao espaço de vivência diária, promove a incorporação de novas habilidades pessoais e fomenta a capacidade cognitiva e criativa, que futuramente poderá ser empregada na criação de soluções para a sociedade ou no fomento de atividades econômicas, sejam elas tradicionais da localidade ou inédita, criada integralmente pelo indivíduo.
Por último, as políticas de esportes. Alinhadas à educação e à cultura, elas, de imediato, combatem a ida dos jovens para a criminalidade, tirando-os das ruas e oferecendo espaços para que possam socializar-se e desenvolver atividades cognitivas. O esporte também dialoga com a saúde, especialmente em um aspecto que vem ganhando visibilidade na sociedade: a prevenção e o cuidado com o corpo. Além disso, a capacidade de formar cidadãos conscientes de seus papéis na sociedade e do bem-estar em convívio coletivo é amplamente trabalhada pelas práticas esportivas, por meio do respeito às regras, do trabalho em equipe e do reconhecimento de diferentes realidades.
Juntas e descentralizadas, as políticas públicas tratadas garantem uma vivência mais saudável e uma cidade que possa ser plenamente usufruída por seus cidadãos.
Por Gustavo Bispo – Graduando em Administração Pública pela Unesp de Araraquara (SP)








