Presidente dos EUA critica líder russo e diz que Moscou deveria encerrar guerra na Ucrânia em vez de testar novas armas nucleares
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez duras críticas ao líder russo, Vladimir Putin, nesta segunda-feira (27), após o Kremlin anunciar o teste bem-sucedido de um novo míssil nuclear intercontinental. Em resposta, Trump afirmou que os Estados Unidos possuem um submarino nuclear posicionado próximo à costa russa, em uma declaração que aumentou ainda mais a tensão entre Washington e Moscou.
“Eles sabem que temos um submarino nuclear, o maior do mundo, bem próximo à costa deles, portanto, não é necessário percorrer oito mil milhas”, afirmou Trump a repórteres, em áudio divulgado pela Casa Branca. A distância mencionada faz referência ao alcance do novo míssil russo, batizado de 9M730 Burevestnik.
O míssil, movido a energia nuclear e capaz de carregar ogivas atômicas, foi apresentado por Putin como uma “arma invencível”. Segundo o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, Valery Gerasimov, o Burevestnik percorreu 14 mil quilômetros em cerca de 15 horas, sem atingir seu limite máximo de alcance. Com essa capacidade, o armamento poderia atingir qualquer ponto do território norte-americano.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) identificou o míssil com o codinome SSC-X-9 Skyfall. Ao ser questionado sobre o teste, Trump minimizou a façanha russa e disse que os EUA não precisariam lançar mísseis a longas distâncias, já que contam com submarinos nucleares estrategicamente posicionados.
Especialistas em defesa afirmam que o submarino citado por Trump pode ser um modelo da classe Ohio, base do sistema de dissuasão nuclear dos Estados Unidos. No entanto, existem embarcações de maior porte, como as da classe Typhoon, pertencentes à frota russa.
Durante suas declarações, Trump também criticou o envolvimento contínuo de Moscou na guerra da Ucrânia. “Vocês deveriam acabar com a guerra, a guerra que deveria ter durado uma semana já está em seu quarto ano. É isso que deveriam fazer, em vez de testar mísseis”, disse o presidente americano.
Desde que apresentou o Burevestnik pela primeira vez, em 2018, Putin tem classificado a arma como uma resposta ao sistema de defesa antimísseis dos EUA, criado após a retirada de Washington do Tratado de Mísseis Antibalísticos, em 2001.
Em reação às declarações de Trump, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia é guiada por seus próprios interesses nacionais e não vê motivo para que o teste prejudique as relações com os Estados Unidos. “Apesar de nossa abertura para o diálogo, a Rússia busca garantir sua segurança e fortalecer suas capacidades de defesa”, declarou.
As relações entre os dois países voltaram a se deteriorar nas últimas semanas. Trump, frustrado por não conseguir encerrar a guerra na Ucrânia, impôs novas sanções econômicas à Rússia. Em resposta, o ex-presidente Dmitry Medvedev acusou os Estados Unidos de terem “entrado de vez no caminho da guerra” contra Moscou.
Fonte: g1.com
