Entidade afirma que início das negociações sobre o tarifaço pode devolver competitividade às exportações brasileiras e fortalecer a indústria nacional
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou de forma positiva o encontro realizado no último domingo (26), na Malásia, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para a entidade, o diálogo representa um avanço concreto na busca por soluções que reduzam barreiras tarifárias e impulsionem o comércio entre os dois países.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou que o anúncio do início das negociações sobre o chamado tarifaço é um passo relevante na agenda econômica bilateral. Segundo ele, a medida pode restabelecer previsibilidade e competitividade às exportações brasileiras, com reflexos positivos para a geração de emprego e o fortalecimento da indústria.
Alban afirmou ainda que o setor industrial continuará à disposição para contribuir tecnicamente nas tratativas. A intenção é garantir um ambiente de cooperação que favoreça o desenvolvimento de uma relação comercial mais equilibrada e sem tarifas abusivas.
Durante missão empresarial a Washington, em setembro, a CNI abriu novas frentes de cooperação em áreas estratégicas como data centers, combustível sustentável de aviação (SAF) e minerais críticos. Esses temas permanecem no centro da pauta entre Brasil e Estados Unidos.
A gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, reforçou que a retomada do diálogo fortalece uma parceria histórica de mais de dois séculos. Segundo ela, não há justificativas econômicas que sustentem as atuais taxas sobre produtos brasileiros, já que os dois países mantêm uma relação de interdependência produtiva e de investimentos.
Um estudo divulgado pela CNI em outubro aponta que, se as negociações avançarem, o Brasil poderá ampliar suas exportações em até US$ 7,8 bilhões. A estimativa leva em conta um possível acordo sobre 1,9 mil produtos incluídos na Ordem Executiva de 5 de setembro, que define as bases para futuros entendimentos comerciais entre as duas nações.
Os itens contemplados representam 18,4% das exportações brasileiras aos Estados Unidos em 2024, além dos 26,2% que já estão livres de tarifas adicionais. Entre eles estão produtos agrícolas, recursos naturais, medicamentos genéricos, insumos farmacêuticos, aeronaves e peças industriais.
Fonte: brasil61.com







