Dados apontam que o estado de SP tornou-se um ambiente propício para a fraude, devido a negligência e até conivência por parte das autoridades paulistas
Uma operação de rotina da Polícia Militar no início desta semana escancarou, mais uma vez, a força de uma perigosa indústria clandestina que segue operando no interior de São Paulo. No bairro Maria Antônia, em Sumaré, um depósito abarrotado com centenas de garrafas de bebidas falsificadas foi encontrado, revelando uma operação que funcionava à pleno vapor, enquanto a população permanecia exposta a riscos mortais.
A descoberta se deu de forma casual. Durante o patrulhamento, equipes da Força Tática do 48º Batalhão avistaram uma motocicleta com a chave na ignição e um celular no guidão, em atitude considerada suspeita. Aproveitando a oportunidade, os policiais abordaram um homem que saía de uma residência próxima. A cena no interior do imóvel, que apresentava claros sinais de abandono, era a prova de um crime organizado: 792 garrafas cheias e 213 vazias de bebidas falsificadas, prontas para envenenar o mercado.
O suspeito, cujo nome não foi divulgado, não tentou se esquivar. Em depoimento, confessou estar ciente da falsificação e admitiu seu papel como intermediário nas vendas do produto ilegal. Ele foi encaminhado ao Plantão Policial de Sumaré e permanece à disposição da Justiça.
A frequência com que depósitos como este são encontrados em todo o estado de São Paulo levanta uma questão perturbadora: as autoridades estaduais só acordam para o perigo após as tragédias se consumarem?
A impressão que fica é a de que os órgãos de fiscalização faziam “vistas grossas” a um comércio lucrativo, até que casos de intoxicação por metanol,substância altamente tóxica e comum nessas falsificações, começaram a causar mortes e ganhar as manchetes.
Apenas após uma sequência de hospitalizações e óbitos decorrentes da ingestão de bebidas adulteradas é que o poder público pareceu intensificar, ainda que timidamente, as operações repressivas.
Essa demora na ação efetiva alimenta suspeitas graves de negligência e, em cenários mais críticos, de possível conluio entre agentes públicos e a rede do crime organizado.
Fonte: Notícias de Ribeirão







