Técnica utiliza congelamento para destruir células tumorais e está em fase 3 de pesquisa em diversos centros de saúde de São Paulo
Uma nova técnica que promete transformar o tratamento cirúrgico do câncer de mama está sendo testada no Hospital de Amor, em Barretos (SP). O procedimento, chamado crioablação, utiliza temperaturas extremamente baixas para congelar e eliminar as células cancerígenas do tumor.
O estudo, que se encontra na fase 3 etapa que envolve um número maior de pacientes, é coordenado pelo Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, e conta com a colaboração da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Hospital da Mulher, Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci-SP), Faculdade de Medicina de Jundiaí e Hospital Santa Marcelina, além do Hospital de Barretos e outras instituições de saúde.
Segundo o mastologista e pesquisador Idam de Oliveira Junior, a crioablação tem se mostrado segura e eficaz, especialmente em pacientes com tumores pequenos, inferiores a dois centímetros, e que passariam por cirurgia nas fases iniciais do tratamento. O médico explica que a técnica é feita com o auxílio de uma sonda guiada por ultrassom, que forma uma esfera de gelo ao redor do tumor, destruindo completamente as células doentes.
De acordo com o especialista, o procedimento é realizado com anestesia local e dura cerca de uma hora. A paciente permanece acordada durante todo o processo e pode retornar para casa no mesmo dia. “É uma intervenção menos dolorosa, com menor risco de complicações e recuperação mais rápida, permitindo o retorno precoce às atividades cotidianas. Estamos diante de uma possibilidade real de mudança no tratamento cirúrgico do câncer de mama”, afirma Junior.
A pesquisa prevê a participação de cerca de 700 voluntárias que atendam aos critérios médicos estabelecidos. As interessadas podem se inscrever pelo e-mail crioablacao@hospitaldeamor.com.br
A expectativa é incluir 750 mulheres na fase atual do estudo, que deve se estender pelos próximos dois a três anos.
Os pesquisadores reforçam que todas as etapas seguem rigorosos protocolos éticos e de segurança aprovados por comissões de ética em pesquisa. As pacientes serão acompanhadas por até 15 anos para avaliação dos resultados e possíveis efeitos a longo prazo.
Para os especialistas envolvidos, a crioablação representa uma alternativa promissora e menos invasiva, que pode redefinir o tratamento do câncer de mama e melhorar significativamente a qualidade de vida das pacientes.
Fonte: g1.globo.com







