Sob a alegação de “demanda natural”, Tarcísio de Freitas reduz salas de aula noturnas, cria dificuldades para obtenção de vagas e prejudica ainda mais a vida dos jovens trabalhadores.
A educação pública paulista, sob a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), está promovendo um silencioso e severo ataque ao futuro de milhares de jovens trabalhadores.
Desde o início de 2024 o governador de SP Tarcísio de Freitas faz uma política de redução sistemática do número de salas de aula para o ensino médio noturno. Na prática, trata-se de um estrangulamento que fecha as portas da escola para quem precisa conciliar o estudo com o sustento da família.
O ensino noturno é uma tábua de salvação para jovens que, muitas vezes antes mesmo de completarem 18 anos, já ingressaram no mercado de trabalho para ajudar no orçamento doméstico. Para eles, a flexibilidade do período noturno é a única chance de escapar do ciclo de baixa escolarização e conquistar um diploma.
A medida do governo Tarcísio, no entanto, transforma essa chance em um obstáculo quase intransponível. Ao restringir a oferta de vagas, ele está criando um cenário de desespero, onde o estudante-trabalhador se vê forçado a percorrer distâncias maiores em busca de uma vaga ou, na pior das hipóteses, a abandonar os estudos por absoluta incompatibilidade de horário.
A negação da realidade – apesar das evidências e dos relatos concretos de fechamento de salas de aula, o governo de Tarcísio de Freitas insiste em negar a redução de vagas. Sua defesa repousa em uma lógica burocrática que desconsidera o ser humano por trás da matrícula.
É uma gestão que parece enxergar a educação como um negócio, onde turmas com menor número de alunos são consideradas “ineficientes” e, portanto, descartáveis, sem qualquer consideração pelo seu impacto social.
Ao dificultar o acesso ao ensino noturno, o governo Tarcísio não está otimizando recursos; está fechando uma das poucas portas de mobilidade social disponíveis para a juventude trabalhadora paulista, condenando-a a um futuro com menos oportunidades e mais desigualdade.
Por Marco Antônio Mourão








