Família afirma sofrer há meses com som alto e confusões durante a madrugada; prefeitura confirma que o estabelecimento já foi notificado três vezes e promete nova fiscalização
Uma moradora da Rua Tapajós, na zona Norte de Ribeirão Preto (SP), denunciou à polícia ter sido agredida, junto com a sogra e a tia, após uma confusão com frequentadores de uma tabacaria que funciona durante a madrugada. O caso ocorreu em 26 de outubro e foi registrado por câmeras de segurança instaladas na residência da família.
De acordo com a mulher, que pediu para não ser identificada, o estabelecimento tem causado transtornos há meses. O barulho seria constante, mesmo após fiscalizações realizadas pela prefeitura.
Segundo o relato, a confusão começou quando familiares pediram que os frequentadores retirassem motos estacionadas em frente ao portão da casa. “Eles colocam as motos bem na nossa porta. Quando a gente pede pra tirar, eles xingam, gritam e fazem ainda mais barulho. Dessa vez, jogaram bebida na cara da minha sogra e quebraram cadeiras no portão da casa da minha tia”, contou.
As imagens de segurança mostram o momento em que a sogra e a tia da denunciante discutem com um grupo de pessoas. Em seguida, um homem arremessa um copo de bebida contra uma das mulheres, e a briga se espalha. O marido da moradora tenta intervir, e cadeiras são lançadas contra o portão da residência.
“Eu tentei segurar meu marido e colocar ele para dentro, mas três homens vieram para cima de mim. Um deles conseguiu me acertar um soco de raspão na cabeça”, relatou.
Outras gravações mostram o som da tabacaria em volume alto por volta de 1h30 da manhã, com dezenas de pessoas na calçada e veículos estacionados em frente às casas.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o caso foi registrado como lesão corporal por meio da Delegacia Eletrônica e encaminhado ao 5º Distrito Policial de Ribeirão Preto. A investigação aguarda a representação formal da vítima para prosseguir.
A moradora afirma que o estabelecimento funciona há cerca de quatro anos, todos os dias, das 22h às 6h, e que o descanso da família é constantemente interrompido. “Eles ficam na porta, batem no portão, gritam. Minha sogra e minha tia tomam remédio para dormir e mesmo assim não conseguem descansar. A minha cachorra passa a noite inteira latindo”, disse.
Devido aos transtornos, a mulher chegou a se mudar para outra casa, duas residências depois da tabacaria, mas conta que o problema persiste. “Antes a gente sentava na frente de casa para conversar. Agora não dá mais. Eles ocupam a calçada com mesas e cadeiras, e quem passa precisa ir pra rua.”
Ela afirma já ter acionado diversas vezes o telefone 156 da prefeitura e a Polícia Militar, mas alega que as respostas são sempre de que o local possui alvará. “O policial fala que eles têm autorização e que não pode fazer nada. Mas não é possível que o alvará permita som alto até de manhã e gente brigando na rua.”
A Prefeitura de Ribeirão Preto confirmou que a tabacaria já foi notificada três vezes por irregularidades e informou que uma nova fiscalização será realizada nos próximos dias.
Fonte: g1.globo.com







