O conselho é começar com uma importação-teste, usando ferramentas online, para vivenciar todas as etapas: incluisão dos tributos, frete e volatilidade cambial, antes de embarcar em uma viagem de negócios.
A relação comercial entre as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) brasileiras e a China se diversificou e amadureceu, indo muito além de itens como carros e máquinas.
Dados do estudo Análise Socioeconômica do Comércio Brasil-China mostram que, em 2024, 19.393 médias e grandes empresas importaram do país asiático, mais que o dobro do registrado em 2008. A consolidação desse fluxo, que ganhou força a partir de 2009, quando a China superou os Estados Unidos como principal parceiro do Brasil, é impulsionada por pequenos e médios empreendedores.
Segundo Yuanpu Huang, fundador da plataforma de consultoria EqualOcean, muitos negócios começam com a Canton Fair, a maior feira de importação e exportação da China, em Guangzhou. A partir dali, estabelecem parcerias para se tornarem distribuidores no Brasil. Existem três rotas principais para essas empresas no mercado chinês:
Importação direta normal e mais simples: empressa compra um produto com marca chinesa e revede no mercado interno.
White label: uma empresa fabrica um produto ou serviço que outra empresa compra, personaliza com sua própria marca e revende como se fosse seu. Essa prática permite que empresas ofereçam um portfólio mais amplo rapidamente, sem a necessidade de investir em pesquisa e desenvolvimento, focando apenas na estratégia de marca e vendas.
Private label: empresa desenvolve um produto no Brasil e passa produzi-lo na Ásia sob encomenda, modelo de negócios em que uma empresa contrata um fabricante para produzir bens ou serviços que são vendidos sob sua própria marca, e não sob a marca do fabricante. A empresa contratante define as especificações, como fórmula ou embalagem, e o produto final leva sua etiqueta, dando a impressão de que foi desenvolvido.
Casos de sucesso:
1- A Tagima, maior empresa de instrumentos musicais de cordas do país, é um exemplo bem-sucedido de “private label”. Cerca de 95% do seu volume é produzido na Ásia, o que garantiu escala, competitividade e regularidade no abastecimento.
2- A CMOS Drake, empresa mineira do setor médico-hospitalar, que importa cerca de 40% de seus componentes da China devido à falta de cadeia de suprimentos no Brasil.
Desafios:
No entanto, nem toda missão de prospecção é bem-sucedida. Thais Moretz, da Thae Consulting, estima que metade dos empresários de médias empresas que vão à China não concretizam negócios, muitas vezes por falta de um plano definido.
Especialistas apontam que setores como equipamentos hospitalares e cosméticos têm grande potencial, mas é crucial um início realista.
O conselho é começar com uma importação-teste, usando ferramentas online, para vivenciar todas as etapas: incluisão dos tributos, frete e volatilidade cambial, antes de embarcar em uma viagem de negócios.
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Fonte: Valor Econômico







