Avanço da escolaridade e maior presença no mercado de trabalho estão entre fatores que explicam crescimento da chefia feminina em 22 anos
O número de mulheres responsáveis pela família no Brasil cresceu de forma significativa nas últimas duas décadas, segundo o Censo Demográfico 2022. Dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (5) mostram que, em 2000, apenas 22,2% das famílias únicas e conviventes principais eram chefiadas por mulheres. Em 2022, esse percentual saltou para 48,8%, quase igualando-se ao dos homens, que passaram de 77,8% para 51,2% no mesmo período.
O aumento da chefia feminina ocorreu tanto em famílias com cônjuge quanto sem cônjuge. Entre os lares com presença de cônjuge, a parcela de mulheres responsáveis subiu de 19,5% em 2000 para 55,8% em 2022, superando a chefia masculina. Já nas famílias sem cônjuge, embora as mulheres ainda predominem, a proporção diminuiu de 80,5% para 44,2% no mesmo intervalo.
Segundo o IBGE, fatores estruturais como maior escolaridade e inserção no mercado de trabalho contribuíram para essa transformação, além da queda da fecundidade. Em 2000, 66,1% das mulheres responsáveis pelas famílias tinham até o ensino fundamental incompleto; em 2022, esse percentual caiu para 34,7%, enquanto a parcela com ensino superior completo passou de 6,3% para 17,4%.
Apesar do avanço, a desigualdade de renda ainda é um desafio. Mais da metade das famílias únicas e conviventes principais recebem até um salário mínimo per capita, situação que atinge homens e mulheres, mas é mais concentrada entre as mulheres. Em lares com casais, 21,7% das mulheres responsáveis não têm renda própria, mesmo quando o cônjuge possui rendimento, ao passo que o inverso ocorre em 9,6% dos casos em que o homem é o responsável.
O crescimento da chefia feminina também se reflete no aumento das famílias monoparentais femininas. Entre 2000 e 2022, a proporção de mulheres sem cônjuge com filhos passou de 15,3% para 17,3%, enquanto as famílias monoparentais masculinas cresceram de 1,9% para 2,7%. O levantamento confirma que mães solo continuam predominando nesse tipo de arranjo familiar.
Fonte: noticias.r7.com







