Endividamento pode atingir maior nível desde 2021 e se aproximar do recorde registrado durante a pandemia da Covid-19
A Secretaria do Tesouro Nacional divulgou nesta sexta-feira (7) que a dívida do setor público consolidado que reúne União, estados, municípios e estatais deve alcançar 82,5% do Produto Interno Bruto (PIB) até o fim do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026. A estimativa faz parte da 7ª edição do Relatório de Riscos Fiscais da União.
Se a projeção se confirmar, o endividamento terá aumentado 10,8 pontos percentuais em relação a dezembro de 2022, quando o índice estava em 71,7% do PIB, no encerramento da gestão Jair Bolsonaro. O patamar previsto pelo Tesouro será o mais alto desde abril de 2021, quando a dívida atingiu 82,6% do PIB, e ficará próximo do recorde histórico de 87,7%, registrado em outubro de 2020, no auge da pandemia da Covid-19.
De acordo com o Banco Central, que compila os dados oficiais, o endividamento brasileiro chegou a 78,1% do PIB em setembro deste ano, o equivalente a R$ 9,75 trilhões. A dívida pública consolidada representa o total das obrigações financeiras assumidas por todas as esferas de governo, sem duplicidade. O indicador é considerado uma medida da “solvência” de um país, ou seja, da sua capacidade de honrar compromissos futuros.
Especialistas alertam que o aumento da dívida pressiona as taxas de juros, já que o mercado tende a cobrar mais para financiar um governo com maior risco fiscal. Esse movimento encarece o crédito para empresas e famílias, reduzindo o potencial de crescimento da economia brasileira.
Durante a pandemia, o recorde de endividamento foi impulsionado por R$ 524 bilhões em gastos emergenciais, que incluíram auxílio financeiro à população e medidas para sustentar o sistema de saúde e o crédito empresarial.
Fonte: g1.globo.com







