Segundo a Polícia Federal, grupo formado por três agentes federais e um sargento da PM recebia propina de empresário que se passava por policial e elaborava dossiês contra rivais
Uma operação da Polícia Federal, realizada na quinta-feira (6), revelou um esquema de extorsão e suborno envolvendo agentes públicos e o empresário Francisco D’Elia Filho, de 57 anos. De acordo com as investigações, o empresário pagava uma espécie de mesada a quatro policiais três federais e um militar em troca de benefícios ilegais e de um “kit policial” completo, que incluía distintivo, arma, carteira funcional e até uma viatura com sirene e giroflex, todos falsos.
Os policiais identificados pela PF são o federal aposentado Josias João do Nascimento, o também aposentado Nylo Sérgio Silva, o papiloscopista Johny Schanuel da Silva e o sargento Rodrigo Coutinho Fernandes, da Diretoria Geral de Saúde da Polícia Militar. Nenhum deles foi preso, mas todos foram alvos de mandados de busca e apreensão autorizados pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Francisco D’Elia Filho, que foi preso em flagrante por porte ilegal de armas e munições, é suspeito de usar a influência dos policiais para se passar por agente da PF e montar dossiês contra adversários. Segundo o inquérito, os pagamentos mensais garantiam proteção e acesso a informações sigilosas. A PF também afirma que, após ser extorquido, o empresário teria passado a fazer solicitações diretas aos policiais envolvidos.
As investigações são um desdobramento da Operação Cash Courier, deflagrada em março contra o tráfico internacional de armas. Josias João do Nascimento, um dos principais investigados, já era apontado como o “Senhor do Senhor das Armas” e também é alvo da Operação Mundemus, que apura crimes relacionados à corrupção e comércio ilegal de armamentos.
Por determinação judicial, todos os investigados devem permanecer afastados de suas funções, entregar armas e distintivos, e estão proibidos de deixar o país ou o município onde residem sem autorização da Justiça. Também não podem manter contato entre si ou entrar em prédios da Polícia Federal.
A defesa dos suspeitos e do empresário ainda não se manifestou. Francisco D’Elia Filho é sócio de empresas de turismo, consultoria e importação e exportação no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense.
Fonte: g1.globo.com







