Sob o pretexto de combater o crime organizado, bloco articulou mudanças que burocratizam a atuação federal, criam filtros políticos e enfraquecem justamente os órgãos que mais desbaratam esquemas de corrupção, lavagem e contrabando.
A chamada “PEC/PL das Facções” virou o cavalo de Troia do Centrão para reduzir o alcance da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal (RF) e, de quebra, ampliar seu controle sobre investigações sensíveis.
Por trás do discurso de endurecimento contra o crime organizado, líderes do bloco articularam, ponto a ponto, dispositivos que limitam competências federais desmontaram fontes de financiamento da Polícia Federal.
A estratégia é clara: esconder interesses políticos dentro de uma pauta popular. Ao vender a ideia de que a PEC fortalece o combate às facções, o Centrão aprovou mudanças que, na prática, facilitam a atuação de grupo organizados questionarem a atuação da Receita Federal e Polícia Federal, além de permitir a protelação das investigações.
Menos dinheiro, menos operações, mais controle político. A ofensiva vai além. Alterações no texto retiram verbas de fundos que sustentam a Polícia Federal, esvaziam sua estrutura de inteligência e colocam em risco operações de alta complexidade.
Quem se beneficia com o desmonte?
A resposta é incômoda e previsível. Ganha quem teme operações federais:
- políticos que controlam estruturas locais de poder,
- empresários próximos ao Centrão envolvidos em setores com histórico de fraudes,
- grupos que dependem de clientelismo e contratos públicos,
A população, por sua vez, perde proteção. O crime organizado ganha espaço. E o bloco político mais influente do Congresso ganha margem para blindar aliados e reduzir o risco de investigações que atinjam seus interesses.
Fonte: Estadão







