Policiais Militares e Policiais Civis esquecem “Racha” e cobram juntos melhores salários, melhores condições de trabalho e cumprimento das promessas de campanha feitas por Tarcísio e Derrite
Em um movimento inédito desde o início do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), policiais civis e militares do estado de São Paulo, historicamente divididos, uniram-se em protesto para cobrar o governador e o secretário licenciado da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), pelo não cumprimento de promessas de campanha e pela desvalorização das categorias.
Representantes de 23 entidades das Polícias Civil, Militar e Polícia Penal se reuniram na última terça-feira (18/11) em frente ao Largo São Francisco, no centro de São Paulo, acusando a gestão de “Prometer, não cumpriu, mentiu!”, conforme diziam os cartazes.
O movimento de unificação das categorias é motivado por uma série de insatisfações:
- Salários e Condições de Trabalho: O tema central é o pedido por melhores salários e condições de trabalho para todos os policiais. O reajuste concedido aos PMs na atual gestão é considerado insuficiente para a categoria.
- Desvalorização da Polícia Civil: A Polícia Civil cobra, em especial, a discussão da nova Lei Orgânica da instituição, que está sendo debatida há dois anos sem a participação efetiva dos representantes da categoria. A escolha de figuras ligadas à PM para liderar o grupo de trabalho sobre a Lei Orgânica da Civil (primeiro o chefe de gabinete de Derrite e depois um coronel da reserva) foi vista como mais um elemento de desvalorização.
- Priorização da Polícia Militar: A nomeação de Derrite, um PM de patente intermediária, para comandar a SSP já havia gerado críticas na Polícia Civil. Durante a gestão, ele foi acusado de priorizar a PM, excluindo a Polícia Civil de operações importantes e parcerias com o Ministério Público Estadual (MPSP).
Apesar das tensões geradas pela gestão, a crise serviu para unir a base. O delegado André dos Santos Pereira, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) e líder do movimento, destacou a necessidade dessa integração:
“Essa integração é importante. Ela tem de existir em nível estatal, e agora nós estabelecemos essa integração em nível da representatividade, de quem está no chão de fábrica, na linha de frente.”
O movimento marcou a primeira reunião entre representantes das categorias e o governador Tarcísio desde o início de sua gestão, algo que, segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Penais (Sinppenal), Fábio Jabá, nunca havia ocorrido em 25 anos de seu serviço.
A expectativa agora se concentra na reunião agendada para a próxima segunda-feira (24/11) no Palácio dos Bandeirantes, onde as lideranças farão suas cobranças diretamente ao governador.
Fonte: Metropoles







