Tratamento inovador para leucemia e linfoma intensifica recrutamento de voluntários após fase inicial positiva
O tratamento inovador baseado em células CAR-T, que modifica o sistema imunológico do paciente para combater certos tipos de leucemia e linfoma, tem a previsão de solicitar o registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no segundo semestre de 2026. A informação foi compartilhada com o g1 por Diego Clé, médico do Hemocentro de Ribeirão Preto (SP), um dos centros de pesquisa mais importantes do estudo.
O registro na Anvisa é uma etapa fundamental para que a terapia possa ser incorporada e disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no futuro.
Atualmente, a pesquisa está concentrada em recrutar um número maior de voluntários para, então, verificar a eficácia do tratamento. A segurança da terapia já foi constatada há pelo menos um ano, com a conclusão da primeira fase da pesquisa, que envolveu quatro pacientes e teve resultados positivos.
Os dados iniciais foram enviados à Anvisa, que liberou a etapa seguinte. Por conta disso, cinco hospitais de São Paulo iniciaram o recrutamento de pelo menos 77 novos voluntários. Os centros participantes são: Hospital das Clínicas, Beneficência Portuguesa e Sírio Libanês, em São Paulo, o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e o Hospital de Clínicas de Campinas.
Inicialmente, a tentativa de registro estava prevista para 2025, mas o prazo precisou ser estendido. Segundo o médico Diego Clé, o atraso ocorreu devido a um início de recrutamento mais lento que o esperado.
“Nós tivemos alguns problemas no estudo, principalmente o recrutamento mais lento no começo, que é uma exigência regulatória, a gente achou que fosse ser mais rápido, mas pelo perfil dos pacientes serem graves, isso demorou um pouco mais,” explicou Clé. Ele ressaltou, contudo, que a velocidade atual de inclusão está sendo considerada adequada pela equipe.
Para a tentativa de registro em 2026 se concretizar, o pesquisador enfatiza a necessidade de os centros conseguirem recrutar os pacientes faltantes e finalizar os testes dentro do novo prazo. A expectativa é que o grupo complete 25% do estudo no final deste ano e que a inclusão se torne mais expressiva nos próximos meses.
Clé explicou que, após uma exigência da Anvisa de que cada centro tratasse um paciente e aguardasse o resultado para verificação de segurança, a inclusão de vários pacientes simultaneamente foi liberada. “Todos eles já trataram um paciente e agora estão recrutando outros. Os quatro centros já estão ativos e agora recrutando mais pacientes,” afirmou o médico, indicando que a partir desse momento, a expectativa é de um aumento no número de inclusões.
O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, centro já habilitado a tratar mais casos, é o que aplicou a terapia em mais pacientes até agora, tendo completado cerca de um quarto dos tratamentos totais previstos para o estudo. A terapia Car-T, neste estudo específico, é aplicada contra a leucemia linfoide aguda de células B e o linfoma não Hodgkin de células B.
Fonte: g1.globo.com







