Entre 1998 e 2023, foram 221 vítimas na cidade; câncer de pulmão foi o que mais matou, acompanhando a tendência de crescimento nacional da doença.
Araras, município do interior de São Paulo com cerca de 130 mil habitantes, figura como a terceira cidade do estado com o maior número de óbitos causados por câncer, segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. O levantamento abrange o período de 1998 a 2023 e registrou 221 vítimas na cidade.
Araras está atrás apenas de Piracicaba, com 685 mortes, e Jaú, que contabilizou 241 óbitos. O câncer de pulmão foi o tipo da doença que mais vitimou pessoas no município, somando 25 mortes. A situação coloca Araras entre as 670 cidades brasileiras onde o câncer já ultrapassou até mesmo as doenças cardiovasculares como a principal causa de morte.
Esse aumento acompanha a tendência nacional, visto que, em 25 anos, o número de mortes por câncer no Brasil cresceu 120%.
A aposentada Daiane Narcisa da Cruz, que enfrenta um câncer de pulmão, relatou a surpresa com o diagnóstico. “Nunca esperava, porque eu nunca fumei. Foi um baque. Cheguei a me despedir da família, porque minha mãe faleceu de câncer no pulmão. Mas aí eu vi que tem tratamento”, afirmou.
A médica oncologista Patrícia Bottamedi Ratto explica que o crescimento dos casos é multifatorial, resultado da combinação de diversos elementos:
- Genética
- Tabagismo e álcool
- Obesidade e sedentarismo
- Alimentação baseada em ultraprocessados
De acordo com a especialista, a expectativa não é positiva e a tendência é que o câncer continue a crescer e a liderar as estatísticas de mortalidade.
“As doenças cardiovasculares ainda são a principal causa de morte na população mundial, mas está tendo uma tendência a inverter essa curva. Uma projeção é que se grandes medidas públicas não forem feitas, o câncer passará a ser a doença que mais vai matar a população a partir de 2030. Então, ter hábitos saudáveis, atividade física regular, não beber e não fumar são fatores protetores, além de fazer o diagnóstico precoce”, ressaltou a médica.
Fonte: g1.globo.com







