Aliados do governador paulista mantêm ceticismo sobre as movimentações da família Bolsonaro enquanto avaliam o cenário para a presidência e o governo estadual.
O cenário político brasileiro atual é comparado a um complexo jogo de tabuleiro, onde ainda é difícil distinguir as funções exatas de cada peça entre peões, cavalos e reis.
No centro dessa disputa está o futuro político de Tarcísio de Freitas. Embora o governador de São Paulo tenha feito gestos recentes sinalizando sua intenção de disputar a reeleição no estado, concentrando sua agenda no interior e na capital, seu entorno político e aliados próximos mantêm uma forte cobrança para que ele não desista da candidatura à Presidência da República.
Essa pressão interna ocorre porque a decisão de Tarcísio gera uma reação em cadeia: se ele optar pelo Palácio do Planalto, abre-se espaço para nomes como de Gilberto Kassab (PSD) para disputar o governo do estado de SP.
No entanto, a recente “dobra de aposta” de Flávio Bolsonaro, que tem reforçado sua própria pré-candidatura presidencial, é vista com ceticismo pelos aliados de Tarcísio. Para esses interlocutores, o movimento de Flávio pode ser uma estratégia para reforçar seu capital político e garantir uma disputa segura ao Senado pelo Rio de Janeiro, com um recuo provável até março.
Um dos argumentos utilizados para sustentar a tese de um eventual recuo de Flávio é a movimentação de seu irmão, Carlos Bolsonaro, que mantém o projeto de disputar o Senado por Santa Catarina. Segundo os aliados consultados, se Flávio realmente fosse o candidato da família à presidência, não haveria razão para Carlos não ocupar a vaga de candidato ao Senado pelo Rio de Janeiro.
Além disso, a narrativa de “injustiça” adotada por Jair Bolsonaro em cartas recentes é avaliada como eficaz para mobilizar uma “bolha” de apoiadores, mas incapaz de sensibilizar o eleitorado moderado, essencial para uma vitória nacional.
Fonte: CNN Brasil Notícias







