Apesar de toda preocupação com as questões ambientais, a existência de lixões clandestinos é fato no município e gera polêmica entre representantes do poder público, ceramistas e locadores de caçambas.
Não é preciso muito esforço para encontrar os locais onde diversos tipos de materiais são depositados. O desrespeito é comum em terrenos baldios ao lado de cerâmicas e em áreas de preservação ambiental, como matas ciliares, leitos de rios e cerrado. Quem for flagrado pela fiscalização pode responder judicialmente, estando sujeito à multas, apreensões e até prisão.
“Já tive caminhão preso e já respondo por crime ambiental”, alega um proprietário de empresa de caçamba que não quis se identificar. Ele diz que se estende por anos a tentativa de encontrar áreas adequadas ao transbordo de resíduos gerados pela construção civil.
Segundo o executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Cerâmicos (Sindicer), João Leonardo Fernandes da Silva, o impasse é o mesmo para os ceramistas: “infelizmente em Porto Ferreira não existe uma área de transbordo regulamentada”.
A criação de um local adequado, porém, não é tão simples como se espera, pois depende de uma série de requisitos estipulados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). “Aqui em Porto Ferreira nós temos muitas áreas de preservação ambiental, então nos restam poucas áreas, ou nenhuma delas, pra que sejam depositados os resíduos que são gerados pelas indústrias e também pela construção civil”, explica o diretor do Departamento de Desenvolvimento Urbano, Social e Econômico, Wilder Bertonha.
De acordo com Bertonha, apesar das dificuldades, existe um esforço da Prefeitura junto à Cetesb para que seja legalizada uma área de transbordo. Ele diz que embora a responsabilidade pelo lixo seja de quem o gerou, “a Prefeitura não se exime da obrigação de ajudar”.