Atualmente o caramujo africano (Achatina fulica) pode ser encontrado em diversos bairros de nosso município. Esta espécie exótica e invasora passou a preocupar também os profissionais de saúde pública, devido ao seu potencial de transmissão de diversos parasitas e doenças para o homem.
Observações de alguns moradores das residências que possuem quintais adjacentes à Área de Preservação Permanente do Ribeirão Santa Rosa, constataram que diversas conchas deste caramujo apareceram perfuradas.
Após um tempo de investigação, houve a constatação que uma ave eventualmente ali aparece e se alimenta do molusco. O registro fotográfico da ave no local possibilitou sua identificação. Trata-se do Carão (Aramus guarauna), uma ave pernalta de grande porte, que chega a medir 70 centímetros de comprimento.
Esta ave possui coloração pardo-escuro, garganta branca, bico com mandíbula amarela, cabeça e pescoço estriados de branco e pernas negras.
A dieta desta espécie é constituída de caramujos terrestres e aquáticos, pequenos anfíbios e répteis.
Os ninhos são construídos em meio da vegetação de brejos, onde botam de 3 a 6 ovos de cor creme com manchas marrons.
Preferem ambientes pantanosos, campos alagados, margens de rios com vegetação baixa e manguezais. Vive solitário, mas eventualmente são vistos em grupos maiores nas poças de lama. É uma ave noturna, mas também pode ser observada durante o dia.
A Área de Preservação Permanente do ribeirão Santa Rosa, no trecho que corta o perímetro urbano de Porto Ferreira, oferece condições para o habitat do Carão propiciando abrigo, alimento e locais para a construção de seus ninhos.
Os moradores da parte baixa da Rua Nadir Zadra Ribaldo que possuem os quintais como um prolongamento da Área de Preservação Permanente, têm o privilégio de contar com a presença do Carão, ajudando no controle da população do caramujo africano.
Fonte de consulta sobre a ave: http://www.wikiaves.com.br/carao
Crédito das fotos: Ernesto Pedro Dickfeldt