Polícia e Justiça de Cingapura classificam o Facebook como a plataforma com os piores recursos contra fraudes, golpes e fake news
A polícia de Cingapura emitiu uma ordem direta à Meta, empresa controladora do Facebook, exigindo a implementação imediata de medidas para combater a proliferação de golpes de impersonificação em sua plataforma. Os criminosos se passam por autoridades governamentais em anúncios, perfis, contas e páginas comerciais para aplicar fraudes.
Esta é a primeira ordem do tipo sob a nova Lei de Crimes Online do país, que entrou em vigor em fevereiro. Caso a Meta não cumpra as exigências, pode ser multada em até S$ 1 milhão (cerca de US$ 775 mil).
Problema Sistêmico e Prejuízos Recorde
A gravidade do problema foi detalhada em dados divulgados pelo governo. Estatísticas policiais de agosto mostram que os golpes envolvendo a impersonificação de autoridades quase triplicaram no primeiro semestre de 2024, saltando de 589 casos no primeiro semestre de 2023 para 1.762 casos no mesmo período deste ano.
O prejuízo financeiro também disparou: as vítimas perderam S$ 126,5 milhões, um aumento alarmante de 88% em comparação com os S$ 67,2 milhões perdidos no ano anterior.
Histórico de Resistência e Medidas Tardias
O ministério reconheceu que a Meta tomou algumas medidas a partir de 2024, como a exigência de verificação de identidade para alguns vendedores em Cingapura, a introdução de avisos de segurança e alertas contra golpes no sistema de mensagens.
No entanto, essas ações foram implementadas somente após duras críticas do governo. Governo de Cingapura acusou publicamente a empresa de ter “resistido consistentemente” às recomendações das autoridades. Entre as sugestões rejeitadas anteriormente estavam a verificação obrigatória de usuários com identificação oficial e a oferta de opções de pagamento seguro dentro da plataforma.
A ordem judicial representa uma escalada significativa na pressão regulatória de Cingapura sobre as big techs, forçando-as a assumir uma responsabilidade mais ativa na proteção dos usuários contra crimes cibernéticos em seu território.
Fonte: BBC News Brasil e Valor Econômico