O alto grau de corrupção e má administração das verbas da educação são apontados como razões para os baixos resultados alcançados em relação aos gastos em educação no país, segundo estudo feito pelo Banco Mundial, analisando os gastos efetuados pelos governos: da União, dos Estados e principalmente dos municípios(onde a corrupção é maior).
As quatro prioridades do Brasil para a educação na próxima década devem ser a melhoria da qualificação dos professores, o fortalecimento da educação infantil, mais qualidade para o ensino médio e mais eficiência no gasto público em educação.
O estudo recomenda que o Brasil aproveite o período de transição demográfica que está vivendo para melhorar a qualidade do ensino, já que o fenômeno terá um “impacto notável” sobre a população em idade escolar na próxima década. “A redução projetada de 23% no número de estudantes de ensino fundamental corresponderá a quase 7 milhões de assentos vazios nas escolas do país (…). Essa transformação demográfica é uma bonificação para o sistema educacional e permitirá que os níveis atuais de gastos financiem uma grande melhoria na qualidade escolar”, diz o texto.
Para melhorar a qualificação dos professores, o Banco Mundial defende a adoção de estratégias para atrair os “indivíduos de mais alta capacidade para a sala de aula”, com apoio para formação continuada e recompensa pelo desempenho. Hoje, diz o estudo, a carreira docente se tornou “uma profissão de baixa categoria”, que atrai o “terço inferior dos estudantes do ensino médio”.
O estudo do Banco Mundial destaca a consolidação das avaliações educacionais no Brasil e cita como um grande avanço a criação, em 2005, do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O indicador atribui notas, em uma escala de 0 a 10, a cada escola pública do país. “Nenhum outro grande país com regime federativo no mundo conseguiu esse feito”, diz o estudo.
O estudo reconhece “progressos notáveis” na educação básica brasileira nos últimos 10 anos, mas ressalta que o país precisa acelerar o ritmo se não quiser perder espaço no mercado global para países com populações mais preparadas para o trabalho.
Ainda conforme o estudo, o Brasil teve o mais rápido aumento do nível educacional da força de trabalho em todo o mundo, ultrapassando a China – entre 1990 e 2010, a escolaridade média da população passou de 5,6 para 7,2 anos de estudo.
Apesar dos avanços no acesso à educação, o Brasil ainda está “muito longe” de alcançar os níveis de aprendizagem e a eficiência de fluxo estudantil dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico. O Banco Mundial alerta, porém, que o nível de aprendizado dos alunos é que “realmente conta para o crescimento econômico e não quantos anos de escolaridade eles completam”.
FONTE: Agência Brasil







