O padre Élcio Roberto Medeiros,ferreirense,de 28 anos, está atualmente exercendo seu sacerdócio na cidade de Artur Nogueira, onde é responsável pela Paróquia de Santa Rita de Cássia e mais cinco comunidades católicas do município.
Na entrevista, o padre Élcio falou sobre sua missão e sobre a verdadeira essência do Natal. Veja as principais partes da entrevista:
Como descobriu sua vocação para ser padre?
Através da participação da Pastoral da Juventude, quando eu tinha 15 anos. Comecei me envolvendo com a Igreja, participando dos eventos de evangelização dos jovens.
Com qual idade decidiu trilhar este caminho?
Com 19 anos decidi que seria padre. A vocação despertou dentro de mim. Tive a vontade de servir melhor, de poder ajudar as pessoas a encontrar a palavra da salvação. Lembro que tive um grande incentivo do padre Ocimar, que era o pároco da minha cidade, Porto Ferreira. E com 20 anos fui para o seminário. Daí tive que estudar por sete anos, filosofia e teologia na PUC Campinas.
O que está achando de Artur Nogueira?
Ótimo. O pessoal daqui é muito trabalhador, estou gostando muito desse povo.
No último sábado tivemos a comemoração do “dia de Natal”. Muitas pessoas festejaram, se reuniram com a família. O que percebemos é que a celebração muitas vezes é a única festa de aniversário que o aniversariante não está presente?
Sim, com certeza. Isso é uma triste realidade. De três décadas para cá, o sistema capitalista deixou claro que Natal é uma data para se dar e receber presentes, mudando o personagem principal da festa. O Papai Noel, ele é o bom velhinho porque ele dá presente. Perdeu-se um pouco a essência natalina. O Natal não é apenas dar presente, é entender o significado desses presentes.
Qual é o significado?
É entender o maior dos presentes que recebemos que é a vinda do Cristo, nosso Salvador.
Qual é a essência do Natal?
É a celebração do nascimento do Cristo Senhor. É a alegria da vinda do Salvador. Reunir com a família, cear, dar e receber presentes é consequência do nascimento de Cristo.
Qual é o melhor presente?
É o resgate, é a revalorização da fé como uma dimensão. A vida tem várias dimensões, o trabalho, a família, o entretenimento, cada um é uma dimensão, a fé acaba ficando em quarto, quinto lugar.
Em dezembro se vê uma grande mobilização de atos de solidariedade, tanto das igrejas quanto da sociedade. Por que isso só acontece no Natal?
Vou dividir esta pergunta em duas. Primeiro a realidade da Igreja. Através do trabalho da pastoral, fazemos um acompanhamento com as famílias todos os meses, o ano todo.
Quanto à solidariedade das pessoas, eu acho que o Natal acaba sendo uma motivação para a solidariedade. Eu não vejo isso como uma forma negativa. Fico feliz e digo que bom que pelo menos uma vez ao ano isso acontece. E se não acontecesse? Claro que todos deveriam ter solidariedade o ano todo. É um dever de todos os cristãos.
Fonte: http://nogueirense.com.br/