O advogado Guaraci Alvarenga, nascido em Porto Ferreira e que vive em Jundiaí desde o começo da década de 1960 e apenas recentemente ganhou título de cidadão honorário, está presente na vida de muita gente com sua coluna semanal no BOM DIA. Neste sábado, muda a atividade de patamar ao reunir algumas das melhores passagens no livro “Bons tempos, outros tempos”.
O lançamento acontece no Centro, a partir das 19h30, no salão nobre do Clube Jundiaiense.
“Eu sou muito grato a essa cidade que me acolheu e onde formei minha família. Até minha sogra me estimula a cada semana elogiando as crônicas”, afirma ele.
Pelas páginas do livro, editado pela In House, passam os cafés na antiga A Paulicéa, as sessões do Cine Marabá e Ipiranga, os bailinhos do Clube Jundiaiense, as turmas de reservistas da Volta à Caserna, os encontros dos então estudantes de direito – hoje renomados advogados e juízes – no tempo da Pindura, o Clube da Lady e os senhores do dos Lyons Clubs, os jovens artistas que brilharam no imponente Teatro Polytheama, os esportistas (famosos e anônimos), os times do Paulista…
“Colaboro com o BOM DIA desde o início, em 2005, e parei apenas por um pequeno período. Houve casos realmente memoráveis, como uma crônica de quando pensaram em tampar o córrego da avenida 9 de Julho”, lembra.
Algumas crônicas recheadas de citações de pessoas chegaram a causar estranheza, mas revelam um valor fundamental do cronista que é a amizade. Em Jundiaí, afirma ele, foram vividos momentos da mais intensa troca de ideias e aspirações e isso é refletido em uma memória excepcional de protagonistas de determinadas cenas. “Estou feliz em colocar essa experiência das crônicas em livro”, diz Guaraci.
O sabor da crônica
Com nomes nacionais como Luiz Fernando Veríssimo, Arnaldo Jabor e Drauzio Varella, o BOM DIA sempre dividiu espaço para cronistas locais. Ao lado do médico Wagner Ligabó, o agora autor de “Bons tempos, outros tempos” é um dos mais conhecidos colaboradores dessa seara.
Pessoas que nascem, vivem, amam, fazem amigos, ganham filhos e até partem para outra vida. Lugares de pessoas importantes ou de pessoas simples, festas de bairros, de Carnaval, de torcidas esportivas. Lembranças de um evento, de uma ocasião solene, de um encontro de amigos. A vida, em seus diversos aspectos.
Mas o grande personagem que permeia todas as crônicas de Guaraci Alvarenga é mesmo Jundiaí. E a coragem de enfrentar o limite do comum e do temporário. Em tempo de teclado, vale a pena.
Trechos
“Dizem os sábios que a idade nada tem que ver com o tempo. Os homens e mulheres só se tornam velhos, de fato, quando passam a resmungar, em vez de lutarem, quando perdem o dom de sonhar, para sentirem saudades.”
“Nas minhas aulas, tenho percebido que a maioria dos alunos pauta sua carreira pelo dinheiro. Por incrível que pareça é hoje, o emprego público, através dos concursos, a melhor garantia esegurança para quem busca um futuro menos ameaçador e incerto. É uma triste realidade.”
