O vereador Rômulo Rippa apresentou na semana passada um requerimento no qual questiona o Prefeito Municipal e a Prefeitura de Porto Ferreira, sobre o caso de desaparecimento de túmulos no Cemitério da Saudade, antigo cemitério velho da cidade.
Pela estrutura administrativa e a hierarquia da municipalidade o diretor municipal de Obras, Edson Pudence, é o agente responsável pela gestão dos cemitérios e por isso deverá responder ao questionamento.
A denúncia foi feita pela reportagem do Jornal do Porto na edição de 14 de outubro quando o sumiço de mais um túmulo foi registrado pelos moradores ferreirenses.
De acordo com a reportagem, pelo menos quatro túmulos do Cemitério da Saudade desapareceram como “por mágica” na última década. O mais grave é que são jazigos históricos, o que significa que há uma afronta à arte tumular e à história da cidade.
Os locais de sepulcro de Hilaire Choplin, Olívia de Araújo Lima, Giuseppe Barsacchi e Abel Cardoso de Araújo Lima não condizem com o real espaço onde, segundo a história, foram enterrados.
Provas desse sumiço são fotografias guardadas com parentes, constatações de autores como João Teixeira, em seu livro “Porto Ferreira, sua história, seus costumes, suas tradições e sua gente”, lançado em 2009, e Flávio da Silva Oliveira, no “Histórias e Estórias de Porto Ferreira”, de 2005, além de evidências apontadas por frequentadores do cemitério velho nos últimos quatro anos.
Um dos motivos óbvios que provocam esse desaparecimento sutil seria a inexistência de familiares, de qualquer geração, que continuam vivendo no município e que, nesse caso, seriam os interessados em fiscalizar o bem e preservar a memória de seus entes queridos.
Os túmulos que se tornam alvo desse sumiço estão pintados na cor amarela e azul claro. Isso seria uma forma da Prefeitura identificar os túmulos abandonados pela família ou aqueles seculares. Basta visitar o Cemitério da Saudade e conferir.
Oficialmente, não há registros sobre a comercialização desses túmulos por parte da Prefeitura de Porto Ferreira. Sabe-se que os túmulos seculares desaparecem do dia para a noite e no lugar surgem rapidamente novos jazigos de pessoas recém-falecidas.
Fonte: Rômulo Rippa
