Técnicos do EDA (Escritório de Saúde Animal) de Araraquara estiveram na propriedade na amanhã de sexta-feira (13) colhendo informações sobre o caso. No local ficou constatado que houve ataques de morcegos hematófagos a bovinos e equinos. Segundo a veterinária Tatiane Braga, do EDA, é bem provável que os morcegos tenham migrado de outras regiões.
Tatiane Braga recomendou ao veterinário Oswaldo Bortoletto Neto, que presta serviço à fazenda e acompanha o caso, que o rebanho seja imunizado contra raiva, e que seja aplicada pasta vampiricida ao redor da mordedura nos animais atacados. A mesma orientação vale para os demais proprietários de propriedades rurais num raio de dez quilômetros. De acordo com a veterinária, a vacinação não é obrigatória, mas recomendável.
Com relação ao consumo de carne, não há porque a população se preocupar. Todos os animais vitimados foram enterrados em valas profundas, e não há sinais de existam outros casos em Descalvado. Na próxima semana, técnicos do EDA vão fazer uma varredura com vistas a encontrar focos de morcegos hematófagos naquela região.
O Caso
Segundo a Secretaria de Saúde, no dia 9 de abril de compareceu na unidade da Vigilância Epidemiológica do município o médico veterinário Oswaldo Bortoletto Neto portando um cérebro de bovino morto. O órgão foi extraído de um animal que morreu aparentando todos os sintomas clássicos de raiva paralítica.
Ao todo, nove animais foram mortos, sendo que o primeiro caso registrado foi no dia 29 de março. Inicialmente, pensava-se que os bovinos foram vitimados por botulismo – posto que os sinais são semelhantes ao da raiva.
Seguindo os protocolos de praxe, a enfermeira responsável pelo setor de Vigilância Epidemiológica, Dionéia Aparecida Ragetli, enviou o órgão ao Instituto Pasteur para análise laboratorial no dia 10 de abril.
No dia 11 de abril o Instituto Pasteur entrou em contato telefônico com a enfermeira chefe relatando que a análise laboratorial dera positivo para raiva bovina.
Segundo a secretária de Saúde Márcia Aparecida Bertolucci Pratta, todos os procedimentos relacionados à Pasta foram tomados, com a imunização do veterinário que cuidou do caso e de funcionários da fazenda que tiveram contato com o animal.
Segundo o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento André Coutinho Fernandes, já na próxima semana começam os trabalhos de campo, de esclarecimento, junto aos proprietários das fazendas daquela região.
Prevenção – No ano passado, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Descalvado promoveu a vacinação contra a raiva, gratuitamente, de 3.832 cães e gato. Sói na zona urbana foram vacinados 1.650 caninos machos e 1.695 fêmeas, e 255 felinos machos e 232 fêmeas. Para tanto foram consumidos mais de R$ 30 mil de recursos da própria SEAPA.
“A última vez que vacinamos cães e gatos foi em 2009. Nós achávamos que era muito temeroso promover a vacinação somente em 2011, porque se abre uma perigosa janela imunológica. Diferentemente de outras vacinas, a antirrábica tem que ser ministrada anualmente. Por isso seguimos o cronograma preestabelecido. Nós não podíamos vamos correr nenhum risco”, explicou, na ocasião, o secretário André Fernandes.
Isso porque a Secretaria de Estado da Saúde, por intermédio da Coordenadoria de Controle de Doenças do Instituto Pasteur, em meados do ano passado enviou circular aos diretores de grupos de vigilância epidemiológica informando que “em virtude de eventos diversos ocorridos com a vacina contra raiva canina e felina em 2010, o Ministério da Saúde definiu junto ao laboratório responsável pelo fornecimento da vacina (TECPAR) a realização de novas análises laboratoriais no imnunobiológico produzido, além de ensaio clínico, previamente à sua utilização em campo.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Descalvado
