Qual é o sentido da vida? A eternidade que nos foi tirada por livre espontânea vontade, realizada ainda no paraíso? Cada alma que realiza essa pergunta deveria saber que é temporária a passagem sobre a face da terra e a isso, projetar os sentidos para a percepção da busca de um novo horizonte, de um Éden que fora perdido, na imaturidade de nossos pais que não souberam distinguir entra a voz de um Deus e a artimanha de uma serpente. Essa mesma voz vem guiando uma multidão e criando um abismo entre a criatura e o criador, levando a raça caída a virar as costas para a metamorfose, ocupando-se em fábulas de imortalidade e purgatório, para purificar aquilo que uma vida não fora suficiente para purificar, por livre e espontânea vontade.
A raça humana caminha para a ruína de um caos mascarado. A ruína retirou sua faceta de morte e destruição e vestiu a máscara do consumismo, do egoísmo, para expor negativamente o caráter de cada alma na balança da justiça do universo. Os nomes que passam em exposição no tribunal celestial, caminham como se estivessem uma estrela fixa no D.N.A ou se fosse um espelho perpétuo na terra, sem a mínima noção o que significa uma alma próspera é aquela que sabe o sentido da lei da criação, assim como prestar obediência ao Senhor do universo.
Porém, muitos dos que caminham desenfreados passam pela vida sem encontrar o verdadeiro sentido da liberdade, não sabem que se acham em falta na balança da eternidade, porque ocupam-se distante da luz da verdade. O que fazer? Caminhar vazios para o holocausto é o sublime destino que nos reserva? Creio que não. A sepultura não é o terror que vai nos acompanhar eternamente, a partir do momento que a vida faz sentido no na origem do gênese.
No gênese não havia fast-food, toyotismo, capitalismo, orgulho, egocentrismo, vaidade, arrogância. O simples e o belo eram o cartão postal do paraíso e as almas que por ela desfilavam eram portadoras de luz, porque estava sob a obediência dos dez mandamentos. Mas a cobiça chegou e a os humanos desejaram ser assim como Deus. Mal sabiam que aquele tolo investimento era o caminho inverso da metamorfose. Perdemos o sentido da vida, perdemos a humildade e queremos competir com Deus em sabedoria e imortalidade. Com os valores invertidos por completos, perdemos o sentido do amor, da compaixão, da fraternidade e adentramos sem reservas na depressão, obstinados a viver debaixo da eterna piedade da própria existência.
A vida é mais que acomodar em frente das grandes adversidades e esperar pela cruel sepultura. Para tais circunstâncias, precisamos nos revestir com as armaduras da fé, para lutamos contra nossos algozes com as armas que nos competem. As palavras, por exemplo, são armas fracas para expor as virtudes de um guerreiro. Porém, com elas os pulmões se enchem de liberdade para colocarmos expressamos nossas vontades na galeria do tempo. E quando a cortina do tempo se abre, há de apresentar quais seres humanos foram contemplados com graça e misericórdia a submeter-se à vontade do majestoso criador do gênese. Em tempos de caos moral, ainda é possível encontrar seres humanos e nesse espaço de tempo quero citar o nome Andréia Ferraz. O que há faz tão brilhante que não poderia ser mais uma entre a multidão? Simplesmente pelo valor atribuído a vida. Andréia precisa urgentemente do profissionalismo, da ética e da moral da medicina ou simplesmente de um milagre, para voltar a viver com todas as letras.
Para o dilema que a vida proporcionou, ela tem em sua defesa a simples exuberância que poucos mortais possuem. A fé. Aquela que não ver futuro glorioso, sorri para a vida, como se fosse feita de flores, rosas e versos, como se realmente viver ainda fosse melhor que sonhar. Seu sorriso poderia ter sido sucumbido na depressão e agonia ou quem sabe deferir veneno mortal sobre aqueles que não puderem lhe oferecer alivio. No entanto, a vida que seus olhos almejam, faz brilhar sua alma e diante da esperança, o sorriso lhe proporciona “felicidade”, acalmando os nervos, para não se tornar um aço contra o próximo. É por isso que Andréia Ferraz merece ser lembrado pela vida, pelo entusiasmo, pela virtude de esperar da vida o sentido de vivê-la dia a dia, como se o dia seguinte fosse um amanhã muito distante. (Por Alex Magalhães).
Crônica escrita por Alex Magalhães quando Andréia estava precisando de ajuda. Infelizmente ela morreu em Taubaté, no hospital, tentando reverter a cirurgia bariátrica realizada há mais de 6 anos. À ela, o autor presta uma homenagem, com a mesma crônica anteriormente escrita.